Entre as maravilhas e dissabores proporcionados pelos 30 (mais maravilhas que dissabores) acabo de descobrir que estou em guerra. Uma guerra de poderes: direita x esquerda.
Não, não é o caso de estar sendo cotada a líder de um dos nossos ‘digníssimos’ partidos. A dissidência foi instalada em uma máquina muito mais ética, organizada e eficiente, porém, não menos traiçoeira e surpreendente: o cérebro.
Como mera expectadora, tenho assistido a guerra de dois senhores: o hemisfério esquerdo, lógico e analítico, e hemisfério direito, intuitivo e sentimental.
Sabe aquelas tardes em que você está ‘giboiando’ no sofá da sala, assistindo Vale a Pena Ver de Novo, e de repente seu vizinho de andar resolve ouvir música e acha que todo prédio compartilha do deu ‘desgosto’ musical? Então imaginem a cena. Pois é, esses dois senhores que me habitam, por vezes insistem em perturbar minha tranqüilidade com suas divagações filosóficas.
Na verdade não passam mesmo de dois caras muito autoritários, sempre invadindo o espaço alheio a fim de dominar. Porque como muitos já sabem, é o Esquerdo quem comanda o lado direito do corpo e o Direito dá as ordem ao esquerdo. Já viram, né? A confusão já começa daí. E no meio dessa balburdia estou eu, acreditando que decido alguma coisa. Quanta ilusão.
O problema é que ultimamente a discórdia entre esses senhores tem se agravado e enquanto ficam em suas argumentações sem fim, pra saber quem tem a razão, passo minhas noites em claro. Como os vizinhos barulhentos.
O consenso entre eles tem sido cada vez mais difícil. É que o Sr. Esquerdo sempre interpreta literalmente as frases e o Sr. Direito fica buscando a intenção oculta de quem fala. Já implorei um acordo, ameacei tomar um daqueles clamantes naturebas, mas esses dois são tinhosos. Não sossegam.
Enquanto um me estimula a procurar situações seguras, o outro me apresenta um lado mais delicioso da vida em suas abstrações de tempo e sua mania de arriscar, esse é o Direito (que na verdade mais parece torto).
Dona Inconsciência andou me dizendo que o Esquerdo costuma imitar, representar, fingir, enquanto o outro é autêntico. Mas ainda não descobri esse lado oculto.
Não fosse o excesso de racionalidade e crítica do Sr. Esquerdo, eu até que daria mais atenção a ele. Mas essa sua mania de inibir minha criatividade, inventividade e sonhos, me deixam muito ‘P’. É controlador demais, sempre certinho... Mas, também não posso negar que sua segurança já me livrou de muitas encrencas.
Já o Direito, faz com eu solte a imaginação, viaja pelas asas do sonho, crie, invente, recrie e assuma minha liberdade. Mas enquanto me dá asas, também me faz cair em algumas cilada.
É difícil decidir quem está certo. E enquanto não entram em acordo, fico aqui feito barata tonta, sem saber se mando tudo pra PQP, se assumo um egoísmo protetor, se adoto a postura Madre Tereza de Calcutá, Joana D´Arc ou Madonna.
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
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