quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Até mais, linda Brasília!

Já se foram seis meses. E que seis meses hein?
Quanta mudança... A Fabi que volta não é a mesma da chegada. Metamorfose ambulante? Não... Evolução!

Em novembro passado, quando fui convidada para uma temporada no cerrado, assumindo novos desafios, no meu íntimo sabia que seria mais um daqueles acontecimentos marcantes da nossa vida. Mais um ciclo. Só não sabia que seria tão assim...

E agora que está chegando o momento de voltar “pra casa”, as idéias começam a borbulhar num pequeno balanço pessoal. Quem veio e quem vai?

Os seis meses no cerrado brasileiro me trouxeram boas, maravilhosas, tristes e doloridas experiências. Crescimento! Lembro que quando cheguei aqui, em seis de maio, alguém me disse que “Brasília tinha o poder de trazer à tona a verdadeira essência das pessoas. Tudo que bate ressoa”.

O comentário havia ficado esquecido no meu subconsciente, mas não é que agora, fazendo um balanço desse tempo, as coisas parecem fazer sentido?!

Aqui me deparei com a intimidade da alma. Crua, sem máscaras. E tudo que até então era camuflado na imagem de Mulher Maravilha, veio à tona e bateu de frente. Bateu forte.

Nessa terra onde o sol é uma bola de fogo, de entardecer alaranjado e céu inigualável, enxerguei minha verdadeira essência e a do outro também. Sem subterfúgios ou ‘saídas de incêndio’, não restou outra possibilidade a não ser... Encarar.
Afinal, como diz um querido amigo... “Cultivar demônio é como ter erva daninha no jardim. Temos que tratar deles. Dizer pra eles: Olá seu demônio, tudo bem?! Acá, né por nada não, mas o Sr. já me soprou demais no ouvido. Brigado pelos conselhos, mas a sua hora já passou... viu!? Té logo e mande um abraço pro seu chefe!"

Pois é... Não deu outra, encarei e descobri um monte de coisas que estavam intoxicando a alma e que precisavam ser descartadas. Tive que admitir meu orgulho, minha arrogância, intolerância e um bocado de outras mazelas.

Foi aqui também que entendi o que é esse tal de amor. Percebi como ele funciona dentro de mim, o que é e como vibra. Compreendi suas necessidades e entendi, finalmente, a importância das diferenças. Mas também percebi que sentimentos verdadeiros não se destroem tão facilmente.

Por outro lado... Descobri minhas qualidades, aquelas mais sutis, que poucos podem desfrutar. Foi aqui também que vivi um dos melhores momentos profissionais. Os desafios foram vencidos e geraram novas metas. Compreendi – internalizei - que precisamos nos reinventar diariamente. E mesmo que o reconhecimento pela nossa capacidade não venha da forma como desejamos... É importante respirar e poder reconhecer que estamos indo bem, muito bem!

Enfim, aprendi um bocado sobre mim. Sobre família, sobre trabalho, sobre relacionamentos. Muitas pessoas já me perguntaram se estou feliz ou triste pela volta. A resposta? Estou feliz por ter aprendido tanta coisa. Hoje sou a melhor Fabrícia de todas as minhas existências.

Agora... É casa nova, vida nova, outras perspectivas! O caminho é velho conhecido, mas dessa vez vou encarar a jornada com um pouco mais de ‘suprimentos’.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Os bastidores...

Agora tem o outro lado da história... Aquele que não tava na primeira versão do Super 40. E talvez os bastidores seja mesmo a parte mais divertida disso tudo. Porque a corrida em si dura pouco, então o recheio é o que acontece ante e depois.

Bem, fui a primeira da equipe a chegar à Esplanada, ainda sem acreditar que realmente teria de ficar ali, simplesmente embaixo da chuva. Mas não demorou muito e Vinicius liga: "Cadê você mulher?

Ele já tinha se adiantado e arranjado um lugar coberto próximo ao guarda-volumes, ponto que acabou virando o local de concentração da equipe. As 7h30 a expectativa era saber onde estava o nosso capitão, Murilo. A entrega dos chips já estava pra encerrar e nem sinal dele. Mas Murilo, que não marca bobeira, já havia se adiantado e quando nos encontrou estava com tudo em mãos.

Daí por diante a pergunta era: será que todo mundo vai chegar? Já eram 7h40 e a prova começaria às 8h. Mas, para o nosso alívio, aos poucos nossos companheiros de equipe começaram a sair da toca. Geraldo, Alex e Rafael... Depois Sávio e Adriano. Mas, faltando 10 minutos pra largada ainda não havia nenhum sinal de Pedro e Carlos. A falta deles poderia ser suprida por qualquer um de nós; teoricamente bastava pegar o chip e corremos no lugar deles. Mas não era apenas isso... O problema não era a falta de dois corredores... Importava ter todos juntos ali. A expectativa continuava.

Havia a promessa de termos ali, entre a nossa “imensa” torcida organizada, o Morelli. Ele, o maior “pitaqueiro” de todos, estava mais curioso do que qualquer um de nós para saber como seria a prova. Passou a semana toda falando da nossa estratégia (que nem tínhamos) e apostando em resultados. Tudo bem... É justificável... Afinal, quatro dos 10 integrantes da equipe trabalham com ele. Mas acontece que Morelli, apesar de surfista (assim reza a lenda), é um amante da cama e pra ser honesta nem contava com a presença dele ali... Tão cedo... Ainda mais sob chuva.

Faltando pouco para largada ele manda uma mensagem: "De baixo de chuva é duro ir pra ficar assistindo. Tem lugar coberto ai?”. Talvez ele estivesse esperando ouvir um “não”, mas fui enfática: “Tem. Venha”!

Murilo, o primeiro a largar, já estava na rua e ainda não havia sinal algum do Pedro e Carlos. Adriano nos avisou que o Pedro havia levado o filho para casa de sua mãe e estava a caminho. Mas e o Carlos?

Savio liga:
- Alô! Carlos? Cadê você? Está dormindo?
- Tô... Quando for 7h você me liga de novo.
(já eram 8h da manhã e ele achava que era noite)

Fabrícia liga:
- Alô! Carlos? Você está dormindo?
- Não...

- Carlos, invertemos a ordem dos atletas. Você vai largar mais cedo. Sai já dessa cama e vem pra cá.
- Não... você tá brincando...
- Não tô não! Vem agora. A prova já começou.

Carlos foi a “sensação” da prova. O figurinha havia chegado em casa às 5h da manhã. Detalhe que só ficamos sabendo mais tarde.

No geral a competição foi organizada. Cada atleta tinha a hora exata de ir para área de transição, para evitar tumulto. Ali, enquanto esperávamos, havia uma aposta geral nos tempo (tudo na brincadeira). Segundo Morelli, Sávio e Carlos tinham por “obrigação” fazer um tempo menor que do Murilo. Alex Cuevas foi advertido pelo Geraldo: "Pangaré, quero menos de 15’, ouviu"?

Brincadeiras a parte, o fato é que de fome ninguém ali iria morrer. Alguns de nossos atletas haviam levado um super-mega-power kit de suprimentos... banana, biscoito, banana, água, banana, maça, banana... Tudo bem que eles seriam os últimos a correr, mas não precisava tanto.

Murilo chegou com 22:17. Vinicius, nosso segundo corredor, já estava na rua quando finalmente apareceu o Carlos. Estranhei o abraço, os beijinhos, a falação... e só fui entender depois.

Vinicius fechou com 22h01min. Geraldo e Sávio foram pra rua e cumpriram muito bem seus papéis (21:18 e 21:33). A próxima seria eu e não tive com evitar aquele famoso friozinho na barriga. Afinal, largada é sempre largada. Sempre haverá expectativa. Bem, fui lá e fiz também fiz minha parte. Fechei a volta com 18:34 e passei a braçadeira pro Carlos, que estava "animadíssimo". Verdade seja dita, ninguém dava muito pelo seu desempenho. Carlos estava entre o grupo de sedentários com orgulho. Mas acontece que, surpreendentemente, o rapaz fez os 4 km em 18:10. Morelli, que já estava entre nós fazendo o ranking do povo, ficou boquiaberto.

- Rapaz.... o que foi isso Carlos? O que é a juventude hein?

Depois de resultado tão fantástico, descobrimos que ele – Carlos - estava literalmente dopado. Nas veias havia mais álcool que sangue. O que explica a animação exagerada. Claro que se soubesse disso antes, não teria o deixado correr. Mas depois do fato consumado... fazer o que? Virou chacota.

Depois da corrida, logicamente que ele colocou o álcool pra fora de todas as maneiras que se possa imaginar. Recebeu, ali na grama mesmo, o cuidado “afetuoso” do amigo Sávio e de um desconhecido que se compadeceu com sua situação e, sem muito que fazer, ofereceu-lhe laranjas. Logo logo o rapaz estava recuperado.

Daí por diante foi esperar os meninos completarem a prova. O duro é que depois do resultado do Carlos, todos tinham quase que a obrigação de baixar aquele tempo alcoolizado. Rafael, Adriano, Pedro fecharam em 20:20, 19:59 e 20:04n, respectivamente. E nem Alex conseguiu a proeza de superar Carlos, fechando a volta em 18:10 e a prova em 3h27.

No dia seguinte, no trabalho, ao saber das novidades, Rosana ria enquanto Marcos protestava: "Pooooxa, se soubesse que era tão divertido assim eu teria ido". E a pergunta ficou no ar... Sóbrio, Carlos se sairia melhor ou pior?

domingo, 24 de setembro de 2006

Domingão com chuva?.... Corra!


Depois de muitos dias de intenso calor... Com temperatura beirando os 30° e umidade do ar na casa dos 29%... Eis que a chuva cai na capital federal. Ô coisa boa... Acordar num domingão, com barulho de chuva na janela e aquele friozinho... A desculpa perfeita para ficar agarrado embaixo das cobertas.

Quem seria doido de acordar às 6h pra correr em baixo de chuva? Bem... Apenas cerca de umas duas mil pessoas, divididas em 250 equipes, que estavam participando da Super 40 - o maior circuito de revezamento do Brasil.

Desculpem-nos os “normais”... Mas é que esse negócio de esporte, quando entra na veia... xiiiiii não tem jeito. É caso perdido.

Confesso que quando estava saindo de casa bateu aquela dúvida... Caracas! Será que toda minha equipe vai estar lá? Será que a chuva vai espantar o povo?

A entrega dos chips era até 7h30 da manhã. Às 7h, a caminho da Esplanada dos Ministérios, onde seria a competição, a única coisa que via era a chuva caindo no pára-brisa e as ruas desertas. “Caramba! Acho que a prova vai atrasar. Ainda não deve ter ninguém por lá... só eu mesmo, maluca, para sair de casa embaixo de chuva para correr. Tenho que me tratar! Urgentemente”.

Mas, para meu alívio, ao chegar à Esplanada já havia um locutor “histérico” convocando as equipes para checagem e retirada dos chips. Um bando de “doidinhos” pra baixo e pra cima, empacotados, andando sob a chuva para organizar os últimos detalhes. Os pobres militares que faziam a guarda do Palácio do Planalto olhavam atônitos, quase sem acreditar que mesmo com aquela chuva o povo tava lá.

Foi minha primeira participação numa prova de revezamento. Na verdade, a primeira de todo mundo da equipe.

- E ai Fabí, qual será a nossa estratégia?
- Estratégia? Nenhuma.
- Não? Não temos uma estratégia?
- Não. Você pensou em alguma?

A competição em si não seria desgastante. Formamos uma equipe de 10 integrantes, ou seja, 4 km para cada um. Minha expectativa era que terminássemos aqueles 40 km em 4 horas. Afinal, tratava-se de um grupo heterogêneo. Entre nós haviam aqueles apaixonados por corrida de rua (eu e Alex), ex-triatletas (Pedro e Adriano), “figuras” que gostam de esporte, mas estavam um tanto entregues ao sofá (Geraldo e Rafael), freqüentadores de academia - que estou aliciando para corridas de rua (Murilo e Vinicius) e por fim sedentários convictos, mas com muita disposição (Sávio e Carlos).

Nosso objetivo não era vencer ninguém. Cada um tinha seu desafio pessoal. Mas interessante mesmo é ver como provas desse tipo são capazes de congregar esportistas de diversas modalidades. Ali havia Iron Man, maratonistas, nadadores, atletas de fim de semana... Enfim, gente que, como nós, estava ali pelo simples prazer de se reunir com amigos e praticar um esporte.

Loucura? Não! Mas acontece que só entende quem sente esse “veneno” correr nas veias. E se quem faz não consegue explicar... quem não faz... não consegue entender. Bem, pra nosso espanto e alegria geral, fechamos a prova em 3h27. Show de bola pra um domingão que tinha tudo pra ser só mais um.

sábado, 9 de setembro de 2006

Meu Ano Novo pessoal

Aniversários são como o Ano Novo pessoal. Já repararam como é inevitável repensar a vida e os acontecimentos nesta data? E agora que estou chegando aos 2.9... Andei pensando no que deu pra aprender em quase três décadas?
No geral, descobri que ainda tenho muito, muito para aprender.

Dos aprendizados, o mais forte foi a descoberta de que não devemos ser escravos do relógio, mas que pontualidade facilita muito as coisas.
Aprendi também que quebrar a rotina faz bem para a saúde;
Que chegar atrasado no trabalho não mata ninguém;
E que fazer hora extra e trabalhar nos fins de semana não é sinônimo de eficiência.

Percebi que devemos usar somente roupas que nos fazem sentir bem;
Que estilo está acima de qualquer moda;
Que maquiagem é algo totalmente dispensável;
Mas que, depois dos 25, o creme anti-rugas é um dos nossos maiores aliados.

Aprendi que em bolsa de mulher nunca podem faltar: caneta e lixa de unha;
Que nunca devemos cortar o cabelo quando estamos deprimidos;
E que fazer compras é um bom remédio para espantar a tristeza (correr também).

Aprendi que um pedido de desculpa alivia a alma;
E que reconhecer os próprios erros nos torna mais humilde.
Que amizades verdadeiras resistem à distância;
E que sempre devemos dizer “obrigada”, ”por favor”, “bom dia” e “com licença”.

Depois de algumas quedas...
Descobri que falar demais nem sempre é bom;
Que falar de menos é pior ainda;
Que a medida exata do falar exige sabedoria;
E que calar é essencial para poder escutar.

Aprendi que dizer a verdade é SEMPRE melhor que mentir (e dá menos trabalho);
Que devemos fazer uma coisa de cada vez;
E prestar atenção em quem está falando é exercitar o respeito.

Aprendi que pequenas pausas no trabalho ajudam a oxigenar a mente;
Que as refeições devem ser saboreadas, até as mais simples;
E que frutas são sempre uma opção melhor que biscoitos.
Descobri (de fato) que uma alimentação leve dá mais disposição;
E que chocolate é um santo remédio para TPM, mas em excesso te deixa arrasada.

Aprendi que colegas de trabalho podem ser agressivos quando se sentem inseguros;
Que chefes... Serão sempre chefes. Alguns melhores, outros piores.
Que levar o trabalho “nas coxas” é uma acomodação inútil;
Que sempre devemos nos dedicar ao que fazemos (e tentar fazer bem feito);
E que renovar os desafios nos traz mais motivação.
Ah! Importante: descobri que misturar trabalho e amor não dá certo.

Aprendi que nunca é tarde para dizer a sua mãe que ela é a melhor do mundo;
Que é obrigação dos irmãos mais velhos levantarem a estima dos mais novos;
Que irmãos mais velhos sempre se acharam mais espertos e experientes;
E que não devemos ser os “pais” de nossos pais. Isso não é saudável!

Vejamos...
Descobri que se o primeiro beijo não te fizer tremer... Nem adianta ir além;
Que não se deve ir para “o finalmente” no primeiro encontro;
Que preservativo é in-dis-pen-sá-vel, por que filhos provocam uma baita mudança;
E que nossa cama é um lugar sagrado, digno de pessoas especiais.

Descobri que toda mulher é romântica sim (cada uma a sua maneira);
Que devemos, acima de tudo, sermos apaixonados pela vida e por nós;
Que relacionamentos exigem zelo permanente;
E que se os sentimentos devem ser “retro alimentados” para que não morram.

Ai ai...
Aprendi que não devemos ser tão inflexíveis, exigentes, sérios e metódicos.
Sorrir mais!

A pouco tempo entendi que não devemos esconder o que sentimos;
Nunca deixar de dizer “eu te amo”;
Mas que isso também não pode virar lugar comum.
Que devemos nos permitir amar e oferecer esse amor a alguém, mas não a qualquer um.

Depois de alguns deslizes...
Descobri que devemos dar sempre o melhor de nós;
E nunca nos arrependermos disso;
Mas, que precisamos saber a hora de começar e parar;
E algo importantíssimo: relacionamentos não se terminam por telefone.

Aprendi que precisamos estabelecer limites para que os outros entrem em nossas vidas;
Que nunca devemos esperar nada de ninguém;
Que não existe par perfeito;
Que sempre existirão diferenças (e nem sempre elas serão defeitos);
E que compartilhar não exclui a necessidade de privacidade.

Aprendi que nunca teremos certeza de tudo;
Que nunca estaremos imunes a uma decepção;
Que confiança é base de um relacionamento;
Que a dor de um amor pode levar dias para curar e dói pra C...;
E que intuição é F... Não falha!

Descobri que uma noite mal dormida te deixa arrasada o dia todo;
Mas que noites (bem) agitadas fazem muito bem para o humor.
Descobri que sexo é bom, mas não pode ser descartável.
Ah! Aprendi que beijar um homem pensando em outro é uma agressão para alma.

Calma, tem mais...
Descobri como é prazeroso cozinhar para as pessoas que gostamos;
Que plantas humanizam o ambiente (mas ainda não falo com elas);
Que livros e vídeos são excelentes pedidas para o fim de semana;
Que café e sorvete são ótimos acompanhamentos para um bate-papo;
E que receber bem as pessoas faz uma diferença danada.

Descobri que uma reunião na casa de amigos é melhor que qualquer “balada”;
Que ver o sol nascer é melhor que ficar na cama até tarde;
Mas que dormir depois do almoço é uma delícia.

Descobri que quase nada é tão bom quanto: dormir nos braços da pessoa que você ama, pedalar na estrada, correr na beira da praia, sentir o cheiro e sons da natureza no meio da mata, escutar o silêncio de um fim de tarde e assistir ao pôr-do-sol nas estradas de Alagoas e nas serras de Minas Gerais.

Aprendi que a mudança é algo necessário;
Que devemos arriscar;
Que precisamos aprender a perdoar a nós mesmos;
E que mesmo triste, não devemos fechar as portas.

Também descobri que não adianta tentar ser perfeita.
Percebi que a vida é o bem mais precioso que temos;
Que temos a obrigação de aproveita-la com sabedoria e alegria;
E descobri que nem tudo que sabemos nós realmente aprendemos, mas sou feliz com o TUDO MUITO que tenho.

domingo, 3 de setembro de 2006

Qual a medida?

Entre as dificuldades de SER humano está saber dosar.
Encontrar a medida certa dos ingredientes
É uma arte exige observação e experiência.

O excesso ou a falta podem fazer desandar.
Então, atenção para o dosar!

A medida certa do fermento,
As colheres de açúcar e a pitada de sal.
O tempo de cozimento, as horas de congelador.

Cuidado com a dose da raiva, ela pode intoxicar.
Tolerância e passividade com moderação, para não acomodar.
Iniciativa e colaboração, na medida e tempo certos, para não deixar morrer.

Saber medir com precisão a quantidade de palavras,
E o tempo de silêncio também é importante.
Em demasia, pode azedar a receita ou causar indigestão.

Saber quando acelerar e o ponto de parar.
Ah! É preciso ter atenção!
Amor? Sempre! Mas, cuidado!
Esse é um ingrediente que tem o tempo certo para ser misturado.

Não deu certo? Não desanime.
Poucos aprendem de primeira.
Na falta da experiência ou de habilidade,
O importante é continuar se dedicando à arte.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

A vida 'senhorinha'

O que se passa na mente da senhorinha de casaco verde?
Sentada, de pés juntinhos e bengala entre as pernas...

O que se passa na mente daquela mulher de cabelos nevoados e olhar meigo?
Serena, de semblante paciente a espera da chamada...
Para aonde ela irá? De onde vem? Em que lugares já esteve?
Terá vivido bons anos? Terá sido boa mãe, filha?

O que se passa na cabeça daquela senhorinha de mãos pequeninas
e delicadamente postas sobre os joelhos?
Será que espera por um reencontro?
Será que pensa no jantar, no seu jardim, nos seus netos?
Pensaria em dias alegres ou desperdiçados?
Saudade de alguém, saudade dos anos, saudades de si?

O que vai à mente daquela senhorinha que a tudo observa de olhos atentos?
Como quem assiste a um filme pela segunda, terceira ou quarta vez...
São lembranças do passado ou será o futuro que tenta desenhar?
O que se passa na mente que habita aquele corpinho franzino?

Como serei eu senhorinha? Serei bem vivida?
Só não vale chegar ao fim da vida (ou mesmo de um dia) sem ter percebido o principal.