domingo, 24 de setembro de 2006

Domingão com chuva?.... Corra!


Depois de muitos dias de intenso calor... Com temperatura beirando os 30° e umidade do ar na casa dos 29%... Eis que a chuva cai na capital federal. Ô coisa boa... Acordar num domingão, com barulho de chuva na janela e aquele friozinho... A desculpa perfeita para ficar agarrado embaixo das cobertas.

Quem seria doido de acordar às 6h pra correr em baixo de chuva? Bem... Apenas cerca de umas duas mil pessoas, divididas em 250 equipes, que estavam participando da Super 40 - o maior circuito de revezamento do Brasil.

Desculpem-nos os “normais”... Mas é que esse negócio de esporte, quando entra na veia... xiiiiii não tem jeito. É caso perdido.

Confesso que quando estava saindo de casa bateu aquela dúvida... Caracas! Será que toda minha equipe vai estar lá? Será que a chuva vai espantar o povo?

A entrega dos chips era até 7h30 da manhã. Às 7h, a caminho da Esplanada dos Ministérios, onde seria a competição, a única coisa que via era a chuva caindo no pára-brisa e as ruas desertas. “Caramba! Acho que a prova vai atrasar. Ainda não deve ter ninguém por lá... só eu mesmo, maluca, para sair de casa embaixo de chuva para correr. Tenho que me tratar! Urgentemente”.

Mas, para meu alívio, ao chegar à Esplanada já havia um locutor “histérico” convocando as equipes para checagem e retirada dos chips. Um bando de “doidinhos” pra baixo e pra cima, empacotados, andando sob a chuva para organizar os últimos detalhes. Os pobres militares que faziam a guarda do Palácio do Planalto olhavam atônitos, quase sem acreditar que mesmo com aquela chuva o povo tava lá.

Foi minha primeira participação numa prova de revezamento. Na verdade, a primeira de todo mundo da equipe.

- E ai Fabí, qual será a nossa estratégia?
- Estratégia? Nenhuma.
- Não? Não temos uma estratégia?
- Não. Você pensou em alguma?

A competição em si não seria desgastante. Formamos uma equipe de 10 integrantes, ou seja, 4 km para cada um. Minha expectativa era que terminássemos aqueles 40 km em 4 horas. Afinal, tratava-se de um grupo heterogêneo. Entre nós haviam aqueles apaixonados por corrida de rua (eu e Alex), ex-triatletas (Pedro e Adriano), “figuras” que gostam de esporte, mas estavam um tanto entregues ao sofá (Geraldo e Rafael), freqüentadores de academia - que estou aliciando para corridas de rua (Murilo e Vinicius) e por fim sedentários convictos, mas com muita disposição (Sávio e Carlos).

Nosso objetivo não era vencer ninguém. Cada um tinha seu desafio pessoal. Mas interessante mesmo é ver como provas desse tipo são capazes de congregar esportistas de diversas modalidades. Ali havia Iron Man, maratonistas, nadadores, atletas de fim de semana... Enfim, gente que, como nós, estava ali pelo simples prazer de se reunir com amigos e praticar um esporte.

Loucura? Não! Mas acontece que só entende quem sente esse “veneno” correr nas veias. E se quem faz não consegue explicar... quem não faz... não consegue entender. Bem, pra nosso espanto e alegria geral, fechamos a prova em 3h27. Show de bola pra um domingão que tinha tudo pra ser só mais um.

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