tag:blogger.com,1999:blog-82693497011622639322024-03-19T12:58:41.275-03:00Luz de LamparinaFabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.comBlogger73125tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-29254430563592779512010-04-12T21:04:00.002-03:002010-04-12T21:09:12.594-03:00A ditadura do TERA cada dia que se passa me convenço mais ainda que o <span style="font-style: italic;">ter</span> é imensamente mais penoso que o <span style="font-style: italic;">não ter</span> ou, simplesmente, <span style="font-style: italic;">ser</span>.<br /><br />Esse estado de <span style="font-style: italic;">ter</span> pode ser escravizante a tal ponto de nos fazer “perder” o <span style="font-style: italic;">ser</span>. <span style="font-style: italic;">Ter</span> muito dinheiro, <span style="font-style: italic;">ter</span> muita beleza, <span style="font-style: italic;">ter</span> muito poder ou influência. São condições que colocam a prova nossas convicções e valores, ou a falta dele.<br /><br />Quem <span style="font-style: italic;">tem</span> muita beleza vive o desafio constante de não se deixar tomar pela vaidade excessiva, de não enveredar pela banalização dos sentimentos e não utilizar seu estado de <span style="font-style: italic;">ter</span> como arma para conquistas fáceis.<br /><br />Quem <span style="font-style: italic;">tem</span> muito dinheiro tem de enfrentar as tentações do egoísmo, que muitas vezes nos isola do mundo e nos faz ficar cegos para as dores do próximo.<br /><br />Poder e influência são outros estados de <span style="font-style: italic;">ter</span> que podem revelar os monstrinhos internos de cada um. E olha nem precisa ter muito. Uma simples promoção, um título mais “importante” no trabalho, na comunidade ou no grupo religioso já é suficiente para fazer brotar o autoritarismo, a inveja, a cobiça e tantas outras chagas.<br /><br />Quem <span style="font-style: italic;">tem</span>, sem <span style="font-style: italic;">ser</span>, acaba enterrado pela areia movediça dos próprios sentimentos (ignorados). É que passamos tanto tempo buscando metas exteriores e nos esquecemos de cuidar da única estrutura capaz de sustentar todo o peso das cobranças e das decisões – o nosso interior.<br /><br />Talvez por isso vejamos tantas pessoas se perderam quando lhes é dada a oportunidade de <span style="font-style: italic;">ter</span>. Esquecem que essa auto-realização que tanto perseguem está atrelada a um processo de interdependência.<br /><br />Eles desconhecem que <span style="font-style: italic;">“a auto-realização nasce e amadurece a partir de um tipo distinto de consciência... Chamaremos de percepção do miraculoso. “Miraculoso” aqui se refere não apenas aos fenômenos extraordinários, mas também aos comuns, porque absolutamente tudo pode evocar essa consciência especial, se prestarmos atenção suficiente. Quando a percepção se libertar do domínio do preconceito e do interesse pessoal, poderá experimentar o mundo como é em si mesmo e contemplar sua magnificência inerente... A percepção do miraculoso não exige fé ou pressupostos. É simplesmente uma questão de prestar total atenção aos fatos da vida, isto é, a tudo que está tão presente que não costumamos perceber. A verdadeira maravilha do mundo esta disponível em todo lugar, nas menores partes dos nossos corpos, na vastidão do cosmo e na intima interconexão entre todas essas cosias... Somos parte de um ecossistema delicadamente equilibrado em que a interdependência anda de mãos dadas com a individualização. Somos todos indivíduos, mas também parte de um todo maior, unidos em algo tão vasto e belo que está além das descrições. A percepção do miraculoso é a essência subjetiva da auto-realização, a raiz de onde crescem as mais elevadas características e experiências humanidade.” (Michael stark e Michael Washburn. “Beyond the Norm: A speculative Model of Self-realization”)</span><br /><br />E você, tem ou é?Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-1841858142997900962010-04-07T08:32:00.005-03:002010-04-07T08:55:00.447-03:00Qual o seu entendimento sobre a vida?Esse começo de mês, em que milhares de católicos comemoram a ressurreição de Cristo, foi propicio para refletir sobre um tema que divide famílias e povos - religião.<br /><br />Em todos os cantos do Brasil vimos (e sempre veremos) manifestações de fé que dispensam explicações racionais. São pessoas que defendem sua religião, preocupadas com rituais que possam garantir uma vida feliz, com obediência ao Criador. Mas, de fato, o que importa: ter uma religião ou ser religioso?<br /><br />Um autor norte americano diz que “à medida que os seres humanos crescem em disciplina, amor e experiência de vida, sua compreensão do mundo e seu lugar nele crescem naturalmente no mesmo ritmo. Se eles não desenvolvem essas qualidades, não evoluem e não adquirem esse conhecimento. Conseqüentemente, entre os membros da raça humana, existe uma grande variedade de amplitude e entendimento do significado da vida. Esse entendimento é nossa religião”.<br /><br />À primeira vista, os mais fervorosos podem repudiar essa idéia - de religião como entendimento do significado da vida - julgando tratar-se de uma apologia ateísta. Um engano natural, pois nossa mente foi treinada para compreender a religião como uma seita regida por um líder Supremo e nós... seus seguidores passivos.<br /><br />Acontece que, se observarmos atenciosamente, o que o Cristo, ícone incontestável da religiosidade, conhecido não apenas por católicos, mas por espíritas, budistas, judeus, hinduístas, etc., não defendia uma religião. O Mestre pregou e vivenciou uma ideologia, que tinha o amor ao próximo como lei maior.<br /><br />Não quero dizer com isso que devemos destruir todos os templos. Absolutamente não! A religião, com todas as suas segmentações, ainda é um suporte necessário a nós, espíritos cegos e ainda vacilantes. Mas creio que o crescimento espiritual, de fato, é uma viagem de conhecimento e não de fé (cega). O que a humanidade precisa é encarar a viagem interior em busca do autoconhecimento, da divindade que existe em nós, a ponto de vencer o que nos faz azedar por dentro. Se todos os homens adotassem em suas ações (não apenas verbalizações) apenas um dos conselhos do Cristo - amar ao próximo - não precisaríamos de tantas religiões que “conduzem a Deus”. Por enquanto, nosso desafio é entender o que significa esse amor.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-64710096166807230472010-03-21T15:56:00.003-03:002010-03-21T19:31:11.358-03:00Audiência com DeusA pauta ainda não está fechada, mas na minha próxima audiência com Deus vou pedir a revisão de algumas leis um tanto injustas.<br /><br />Embora não tenha me nomeado porta voz da humanidade, acho que Ele não é do tipo que recusa conselhos. Além do mais, depois de tantos anos (luz) na gestão do universo, algumas mudanças podem até fazer bem para humanidade.<br /><br />Bem, dentre os itens que proporei revisão, há um especial que está no topo da lista. Vou sugerir uma emenda à Lei de Ação e Reação, proibindo idosos de sofrer, principalmente aqueles que levaram uma vida digna e repleta de sacrifícios.<br /><br />Com as mudanças na Constituição Celeste eles passariam a ter privilégios, regalias e todos os tipos de mimos que fazem bem a alma.<br /><br />A emenda que apresentarei ao Supremo determina que idosos não podem adoecer, nem da mente, nem do físico. Nada de dores musculares, osteoporose, doenças de pele e disfunções gastrointestinais. Nada de picadas de agulha, remédios amargos ou muletas. Vovôs e vovós nas filas do nosso eficiente SUS, sendo humilhados por tentar usufruir de um direito, adquirido à custa de muitos impostos? Terminantemente proibido!<br /><br />Para eles a morte deverá chegar de maneira sutil, como uma bateria que vai descarregando aos poucos. Nenhum acidente ou internações.<br /><br />No setor de embarque do aeroporto me deparei com um senhor de corpo franzino, curvado, calças acima da cintura, óculos de lente amarela (amarela mesmo) e movimentos lentos. A esteira onde era feita a inspeção das bagagens de mão (raios-x) era só dele. Ninguém ousava apressá-lo ou reclamar do seu ritmo. Naquela cena, meu e outros olhares eram de contemplação.<br /><br />E assim deveria ser, sempre! Eles não deveriam lidar com atendentes de loja mal educados, enfermeiros impacientes, netos mimados, filhos egoístas ou tão pouco pedir esmolas, dormir nas ruas ou ficar abandonados em asilos. Jamais deveriam ser aborrecidos com brigas mesquinhas de família.<br /><br />Aparelhos para surdez e dentadura? Nem pensar. Eles deverão ter liberdade para comer e ouvir os belos sons que a natureza pode oferecer. Para o restante dos barulhos, fofocas e reclamações sem fim, caberia a audição seletiva.<br /><br />Passada certa idade, o trabalho deveria ser hobby e não um determinante para o sustento. E se o Alzheimer os atingisse, que os fizesse perder apenas as lembranças dolorosas.<br /><br />Para eles... bicicleta, banho de mar, bolinho de chuva (feitos pelos netos), caminhadas no parque, jogo de xadrez, muito tricô, uma rede e um livro e, por que não, salto de pára-quedas, trilhas no parque... Enfim, tudo o quando a mente pudesse e quisesse acompanhar.<br /><br />Já dizia Carlos Drummond de Andrade que “há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons”. Então, para os nossos idosos, doses diárias de bombons, de todos os sabores.<br /><br />Mas, esse é apenas um item da minha pauta, o que vocês proporiam ao Magnânimo?Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-75701344113606623122010-03-15T07:30:00.000-03:002010-03-15T11:19:46.903-03:00Eles são indispensáveisEntre os muitos personagens que passam pela nossa vida, os dias que passaram me convidaram a refletir sobre um em especial – os amigos.<br /><br />O honrado Aurélio diz que amigo é 1. Que é ligado a outrem por laços de amizade. 2. Simpático, acolhedor. 3.Que ampara ou defende; protetor... Entre muitas outras definições.<br /><br />Na verdade, nos acostumamos a utilizar a palavra “amigo” de uma maneira genérica e instituímos uma escala de valores. Nela há o amigo “Básico”, o amigo “Premium” e aquele “Reserva Especial”, raríssimo de se encontrar e seu cultivo rende frutos de sabor inigualável. Mas, esqueçam as generalidades, hoje quero falar sobre os amigos mesmo.<br /><br />Dias atrás, uma amiga, daquelas que não mede esforços para ajudar alguém, contava sobre suas aventuras do final de semana, onde trocara a psicologia pela carpintaria. Casada a pouco mais de um ano, já fazia alguns meses que ela vinha perseguindo a meta da casa própria. Não que o dinheiro estivera sobrando, ela simplesmente estava decidida a não desperdiçar (mais) dim dim com aluguel. Claro que, com a coragem e a persistência que são suas características, ela conseguiu.<br /><br />Mas, depois de garantida a compra, o dilema era saber se faziam os concertos no apartamento ou se o mobiliavam. Escolha difícil e que foi solucionada rapidinho. Os amigos, de imediato, se prontificaram a cuidar da reforma do apartamento. Fizeram um mutirão para lixar, pintar e concertar tudo que podiam. Quem tinha alergia tratou de tomar umas bolinhas para evitar crises e quem tinha trabalho trocou o descanso pelo turno extra. O objetivo era um só: arrumar a casa da amiga e fazê-la economizar bons trocados.<br /><br />Enquanto ela me contava sobre aquele mutirão eu pensava sobra importância dessas figuras em nossa vida. Quanto tempo leva para construirmos essas relações de amizade? De que material elas são feitas? São resistentes a criptonita?<br /><br />Não arriscaria uma teoria. Mas, posso dizer que amizades se constroem com o tempo. São edificadas com risos, com aborrecimentos, com dedicação, companheirismo, com desentendimentos e, sobretudo, com o compartilhar de valores. Às vezes elas ficam abaladas, mas, se há respeito e compreensão, são restabelecidas, mesmo que leve um tempinho.<br /><br />Amizades são resistentes a distância geográfica e ao passar dos anos. E chega um momento em que eles – os amigos – passam a ter as mesmas prerrogativas de mãe, pai ou irmão mais velho.<br /><br />E engana-se quem acredita que amigos são sempre uma boa companhia e dizem apenas coisas boas a nosso respeito. Ora, ora... Pessoas sempre “boazinhas” não são amigos, são políticos.<br /><br />A amizade implica em amar e quem ama colabora com o crescimento do outro. O que significa que os amigos, muitas vezes, irão nos confrontar e dizer verdades nem sempre agradáveis. Mas, ainda assim são capazes de respeitar a nossa individualidade, nosso tempo e as nossas escolhas.<br /><br />Amigos - sejam pais, irmãos, namorados, esposas ou amigos – nos fazem perceber que família vai muito além do sangue e que esse sentimento, por vezes tão mal interpretado, chamado amor, pode ser multiplicado por milhares.<br /><br />Felizes de quem os têm!Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-9468965552844292902010-03-08T08:47:00.004-03:002010-03-08T08:58:11.272-03:00Ter ou não ter...O post da semana passada causou certo frenesi. Mas isso já era de se esperar, pois toquei num ponto um tanto delicado. Afinal, com mãe não se mexe, não é verdade?<br /><br />Até que uma amiga, daquelas que me inspiram a maternidade, levantou a seguinte questão: “E aqueles casais que optam por não ter filhos? Porque você não fala deles?” Ela estava um tanto abusada, é verdade. Mas amiga tem esse direito.<br /><br />Pensei, pensei, pensei... o que a danada queria dizer com isso?<br /><br />Tendo a mim mesmo como exemplo, passei a refletir sobre o assunto e muitas coisas vieram à mente.... Será que não ter “rebentos” seria uma opção egoísta e conveniente?<br /><br />Para alguns talvez seja. Afinal, maternidade (ou paternidade) é um sacerdócio. Dentro das minhas crenças pessoais, os filhos são seres que nos foram confiados para que possamos ajudá-los a crescer, em todos os aspectos. E como dedicar-se a tal missão enquanto nossos interesses estão voltados para questões ainda egoístas e de satisfação a curto prazo?<br /><br />Olhando por esse ângulo, não tê-los pode ser egoísmo sim. Ou pode não ser... Há pessoas que simplesmente adotaram outras prioridades na sua lista de realizações pessoais. Há casais, mais iluminados, que conseguem transcender nossa pequenina noção de família e se realizam dedicando-se a outras pessoas, anônimas ou não.<br /><br />Por mais que pense no assunto só consigo voltar à mesma pergunta: o que, verdadeiramente, nos motiva? O que buscamos?<br /><br />Crianças são lindas! Talvez nenhum outro ser no planeta tenha tanta habilidade para aproximar e reconciliar pessoas quanto esses pequeninos. Sabiam que uma gargalhada dessas “fadas” disfarçadas de pequenos mortais pode ser terapêutica?<br /><br />Mas, para que crianças cresçam emocionalmente saudáveis é preciso provas de amor, diárias. E não me refiro apenas aos afagos na cabeça, beijinhos de boa-noite e noites em claro.<br /><br />Amor significa esforço, esforço demanda tempo e, normalmente, desgasta. Saber ouvir faz parte do esforço da atenção. Para ouvir, precisamos renunciar ao nosso tempo, concentrar-se e experimentar o mundo de quem fala, ainda que seja muito diferente do nosso. Isso é amor.<br /><br />Acontece que nem todos estão dispostos a isso e optam por não se arriscar. Egoísmo, medo, insegurança, momento? Não sei... Deixo a avaliação para vocês.<br /><br />Mas não acredito que haja uma “fórmula” certa, tipo “se casou, tem de ter filhos”. Felicidade e realização são muito subjetivas para serem taxadas.<br /><br />E... Para aqueles que duvidam... Sim! Pretendo ter filhos. Um ou dois! Apenas não sei quando. Por enquanto, estou no empenho por ser menos “general” e mais humana.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-58935048573977131482010-02-27T22:31:00.004-03:002010-02-28T10:32:36.547-03:00A cegonha pode esperarPassado certo tempo de relacionamento, agora começo a ser “aterrozida” com aquela pergunta clássica... “E o bebê, quando chega”?<br /><span style="color: rgb(51, 51, 153); font-style: italic;">- Como é?! Mas eu nem sabia que ele estava a caminho. Ninguém me avisou nada.</span><br /><br />Ou então, basta uma colega de trabalho engravidar e lá vem a clássica... “Você será a próxima, viu”? Alguns, mais cruéis, ou inconformados, dizem... “Ainda vou ver você com trigêmeos”. Imaginem então a minha atual situação, convivendo com três gestantes na mesma empresa.<br /><br />Alguém precisa dizer pra essa gente (eu já cansei de tentar) que namoro+casamento nem sempre é (imediatamente) igual a filhos+fraldas+choramingos+noites em claro.<br /><br />Nada contra. Absolutamente! Acho a gestação uma coisa mágica, lindíssima. E que os filhos são divisores de água em nossas vidas. Que além das fraldas e choramingos têm as gargalhadas, as descobertas e a vivência do amor. Também sei que tudo tem um prazo de validade, inclusive os hormônios.<br /><br />Mas, sinto que, às vezes, estamos tão bitolados no padrão “ensinado”, que não pensamos naquilo que verdadeiramente nos motiva.<br /><br />Vejo meninas de 20 anos, solteiras e desesperadas, achando que vão ficar para titia. Resultado: Casam-se com o primeiro sapo, quer dizer, príncipe encantado que aparece pela frente.<br /><br />E embora conheça mães admiráveis, que me inspiram, também ouvi mulheres aspirando à maternidade, pois assim “nunca mais ficariam sozinhas”. Santo Deus, quanto egoísmo! Resultado: Mães possessivas que transformam seus filhos em bichinhos de estimação ou em moeda de troca no relacionamento. É cruel, mas é verdade.<br /><br />Vitor, um pequeno notável de 11 anos, na sua grande sabedoria, disse à avó:<br />“O homem e a mulher deviam fazer uma prova para saber se podem ser pai e mãe. E se não passassem na prova, eles não poderiam ter filhos”.<br /><br />É isso aí Vitor, você disse tudo. Afinal, há muita gente maluca no mundo. Muita gente despreparada, carente, infeliz e cheia de “marcas”. Homens e mulheres ignorantes sobre si mesmo. Pessoas que precisam de um pai e não de um filho.<br /><br />Esse negócio que, quando chega a hora, desenvolvemos o instinto necessário para educar os filhos... é balela. Ou melhor, até tem um fundo de verdade. Desenvolvemos instintos. Instintos que nos ajudarão a cuidar dos filhotes e ensiná-los a sobreviver no mundo, sozinhos. Mas e o resto, como fica?<br /><br />Quem vai ensinar a eles que às vezes precisamos adiar certos prazeres? Ensiná-los que quando evitamos encarar a dor, adiamos o nosso crescimento. Que disciplina doméstica e autodisciplina são coisas completamente diferentes, e que sem essa última não podemos resolver coisa alguma na vida.<br /><br />Quem vai dizer aos pequenos que para serem amados não precisam ser “bonzinhos” e falar sempre coisas agradáveis? Que eles podem e devem expressar seus sentimentos e idéias, mesmo sendo contrárias as suas. Mas, que precisam assumir a responsabilidade pelo que são ao invés de transferi-la para o vizinho.<br />Alguém precisa dizer a eles que a honestidade não é indolor, mas, que mentir para nós mesmos é ainda mais doloroso.<br /><br />Jean Piaget, um grande educador, estudioso do desenvolvimento cognitivo, dizia que a educação de uma criança começa 20 anos antes dela nascer, com a educação dos seus pais. Concordo! Pais despreparados (emocionalmente) geram filhos neuróticos ou com desordem de caráter, porque, sem perceber, descarregam sua carência, seus medos, sua solidão e seu vazio nas pobres crias.<br /><br />E depois o mundo fica se perguntando o que está acontecendo com a nossa sociedade.<br />O que acontece vai mais ou menos por aí. Pais transferindo para os filhos suas feridas inconscientes, abertas por gerações.<br />De quem é a culpa? De quem, hoje, consegue perceber essa “falha” e nada faz a respeito.<br /><br />Então gente, na conta de Piaget, eu ainda estou passando pelos 15 anos. Tenham paciência porque meu objetivo é dar filhos melhores ao mundo.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-56667716273560688572010-02-22T08:24:00.003-03:002010-02-22T15:40:26.078-03:00Verdades que não nos contaram...Já conheci muitas versões para o significado da palavra amor. Algumas românticas, outras pessimistas. Por vezes, cercada de ilusões cor-de-rosa ou nebulosamente desesperançadas. Esse é mesmo um sentimento que nos leva a extremos.<br /><br />Confesso que eu mesma já ensaiei muitas teorias sobre relacionamentos. Mas, agora, percebi que eram todas superficiais. Nada como o casamento para fazer você mudar conceitos e mostrar que tuuuudo aquilo que você acreditava e se orgulhava em saber... Na verdade, não sabia. Sua sapiência não valia muita coisa.<br /><br />Nessa semana comemoramos nosso primeiro ano de casamento, tempo suficiente para descobrir verdades que ninguém nunca havia dito sobre amor e relacionamento.<br /><br />Sim! Falaram algumas coisinhas, mas ninguém foi a fundo e rasgou o verbo. Ninguém havia dito que para viver a dois (viver mesmo, não apenas passar os fins de semana) era o mesmo que fazer um intensivo para monge budista.<br /><br />Verdade seja dita... Os pais e amigos nos dizem apenas do básico. Alguns inimigos podem até tentar nos alertar, num gesto de solidariedade, mas, vindo deles, logo interpretamos o conselho como praga.<br /><br />Vejamos... Nos falam sobre a paciência para lidar com as diferentes maneiras que homens e mulheres “tratam” a toalha após o banho; ou para a antagônica forma de compreender a utilidade da tampa do vaso sanitário. Lendas que ouvimos desde pequeninos.<br /><br />Alertam para aquelas bobagens de (des) organização, de chinelos pela casa, de meias largadas no escritório e outras pequenas coisinhas. Mas, há dezenas de detalhes que acabamos por descobrir na marra.<br /><br />Por exemplo, ninguém tem a coragem de falar que você terá que abrir mão do seu egoísmo, aquele que você cultivou por tanto tempo e que hoje mais parece uma trepadeira a sugar toda sua educação e companheirismo. Ahhh... Ninguém fala que vamos ter de matar nossa “plantinha”. Tão desumanos.<br /><br />Ninguém diz que você vai ter de reavaliar os conceitos de orgulho e amor próprio, ou diz? Dizem que você vai ter de aprender a ceder? Nana nina não. Não dizem mesmo.<br /><br />Nossas mães nos orientam sobre as habilidades e os talentos que devemos ter enquanto mulher, profissional, dona de casa e mãe. Mas elas comentam que, além disso, devemos ter o dom da psicologia canina? Não.<br /><br />E os pais? Aconselham os filhos sobre o papel provedor e protetor que devem desempenhar na família. Agora, por um acaso, dizem a eles que não se casam com uma, e sim com duas mulheres? Uma na fase da progesterona e outra do estrogêneo? Mulheres que num minuto são meigas e no minuto seguinte se transformam em filhotes de diabo da tasmânia. Isso ninguém diz aos pobres coitados.<br /><br />E o pior... Ninguém nos fala que com o casamento você perde o título de “Dono da Verdade”. Anos de vaidade e pretensão jogados fora. Tanto tempo cultivando a arrogância e para no final das contas descobrir que existe outro dono ou dona desse posto. Séculos de enganação.<br /><br />Acho que, na verdade, ninguém tem a coragem de admitir que “milhões de pessoas desperdiçam um bocado de energia tentando desesperada e inutilmente ajustar a realidade de suas vidas à realidade do mito (o mito do amor romântico)”.<br /><br />Poxa, não seria mais fácil dizer que há dias em que você irá odiar o ser amado e outros onde irá contemplá-lo, como se fosse a uma das maravilhas do mundo? Dias em que ele (ou ela) não estará tão belo ou romântico e outros em que dirá a você mesmo: “Nossa, sou uma mulher de sorte”.<br /><br />Deveriam nos dizer que a discordância é saudável e que vocês podem ser felizes juntos, sem serem dependentes do amor do outro. Eles poderiam ser mais objetivos e dizer que o casamento é uma excelente oportunidade para descobrir mais sobre você mesmo.<br /><br />Bem, talvez não adiantasse muita coisa. Talvez não conseguíssemos compreender a complexidade desse sentimento, sem vivenciá-lo. Talvez não fosse possível entender que mesmo com tantas “ilusões” partidas, tudo isso vale a pena.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-58521688439752929182010-02-17T10:02:00.002-03:002010-02-17T10:03:39.927-03:00O inevitávelAlgumas coisas que lemos, vemos ou vivenciamos nos incitam o pensamento de maneira inevitável e nada corriqueira. Uma frase lida na noite passada causou esse efeito em mim. O autor do livro dizia que nem todas as pessoas conseguem “tolerar a dor de uma consciência mais plena”.<br /><br />Parei por alguns segundos para refletir sobre aquilo e logo minha mente, aflita por racionalizar as coisas, ponderou: Então se essa plenitude é dolorosa, por que buscá-la? A que fim leva esse caminho? Até onde devemos sofrer e evoluir? Não dá pra simplesmente ficar aqui, quietinhos no nosso cantinho, sem grandes pretensões?<br /><br />E como quem estava de posse do efeito que suas palavras causariam nos leitores, linhas abaixo, o autor, um psiquiatra norte-americano, arrematava: “Se você faz essa pergunta talvez não saiba o bastante sobre a alegria”.<br /><br />Então fiquei pensando sobre alegria e plenitude. O que significa cada uma dessas coisas?<br />Acho que não temos como qualificar. Afinal, cada vida traz uma experiência e agrega a si valores que são intransferíveis.<br /><br />De certa forma, me identifico com as palavras do tal psiquiatra, quando pensamos que a plenitude está em nós mesmos, na consciência de quem somos e de nossas ações. Notem que não me referi a domínio, mas a consciência, sem máscaras e subterfúgios. Afinal, ter conhecimento sobre nossas ações e reações é fundamental para vivermos sem sermos engolidos.<br /><br />Mas por que isso que parece tão simples causaria dor? Por que evitamos ver o inevitável, o que faz parte da nossa natureza? Será que precisamos redescobrir o valor da expressão “amor próprio”?<br /><br />Parece que passamos tanto tempo buscando essa plenitude (ou alegria) do lado de fora que perdemos o caminho que leva para dentro e por vezes pairamos num tremendo vazio. Passamos tanto tempo tentando construir um eu ideal, capaz de ser agradável e aceito pelos outros, que esquecemos quem somos.<br /><br />Reproduzimos comportamentos ancestrais porque sermos nós mesmos parece algo anormal. Vai entender! Parece mais fácil fingir, negar e tentar encaixar-se no padrão de eficiência e beleza que alguém, um dia, nos disse ser o ideal das pessoas bem sucedidas. Será mesmo mais fácil?<br /><br />Há pessoas que se empenham tanto nesse papel e não percebem que o esforço por manter a máscara é imensamente mais desgastante que a dor de nos aceitar como somos. Sim, porque essa dor é passageira, mas a aparência... Essa precisará de manutenção sempre. <br /><br />Esse mesmo “sujeito” citado acima fala de quatro caminhos para alcançar a consciência plena: adiamento da gratificação, aceitação da responsabilidade, dedicação a verdade ou realidade e equilíbrio. Mas, isso é assunto para outra ora...Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-13381163220463051262010-02-16T08:54:00.000-03:002010-02-16T09:09:24.050-03:00Revisões<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CUsers%5CFABRCI%7E1%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CUsers%5CFABRCI%7E1%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CUsers%5CFABRCI%7E1%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> 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Compartilhar emoções, reflexões e descobertas (boas e não tão boas).
<br />
<br />Talvez alguns de vocês estejam se perguntando: o que aconteceu com a Fabi nesses últimos anos? Porque tanto “silêncio”? Ah! Meus amigos, nem eu mesma sei. As coisas foram esfriando e fui perdendo o traquejo.
<br />
<br />Mas cá estou eu de novo, descobrindo novas formas de fazer antigas coisas. Redescobrindo caminhos. Calma lá... Não tomem isso por algo triste ou melancólico. Ora, quem nunca questionou seus hábitos, seus valores? Quem nunca parou para refletir sobre o sentido da própria existência antes de completar 40? Sobre o que é “certo” ou “errado”? Quem nunca jogou a sujeira embaixo do tapete ou utilizou máscaras para ficar mais “bonitinha”?
<br />
<br />Você não?! Então você não é desse planeta ou, pode ainda não ter percebido, mas, está com sérios problemas. É verdade. Não estou rogando nenhuma praga. Mas acontece que se você nunca parou no tempo para pensar sobre isso, provavelmente não conhece a si mesmo. E qualquer dia desses poderá ser surpreendido por esse monstrinho que habita em você. E nem vem que não tem... Porque todos nós temos um. Domesticado ao não, temos. Ô se temos!
<br />
<br />Pois é, o meu monstrinho já está tão domesticado que agora começou a passar a perda em mim. E eu, que achava o ter em minhas mãos, aqui estou, novamente, redescobrindo e tentando adestrá-lo.
<br />
<br />O Dr. Scott Peck fala sobre a necessidade de fazermos uma revisão em nossos “mapas mentais”. Raul Seixas dizia que somos uma “metamorfose ambulante”. Seja lá o que for, basta olhar ao redor. Tudo muda o tempo todo na natureza. Então, como nós, integrantes desse todo, podemos achar que nossas verdades de convicções são absolutas?
<br />
<br />Pois é, hoje, me dei conta de que será assim sempre... Revisando e metamorfoseando.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-32387707945957755122007-12-30T16:56:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.298-03:00Lá vem ele“Para você ganhar um belíssimo Ano Novo... tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo”.<br /><br />Então, meus amigos, por favor, sem choramingo pelo que não deu certo em 2007. Vem ai um ano novinho em folha para todo mundo, sem distinção de cor, idade, nacionalidade, sexo ou gosto musical. Serão mais 365 dias para refletir, corrigir, construir, inovar, acreditar, aprender, ensinar, dividir, doar, tolerar, falar, calar, desprender-se, libertar, rir, perdoar, amar, enfim... Começar (ou recomeçar). Mas não se enganem... Desses todos, também haverá dias de choro, sofrimento, indignação, irritação. Dias para de errar, cair, magoar, pedir desculpas... Como todo bom e teimoso humano.<br /><br />A receita para acertar em 2008? É simples (e tão complexa)... não tenha medo! Não tenha medo de abandonar o “homem velho”, de olhar para si, de corrigir rumos, de desafiar-se, de mudar. Afinal, nada no universo é estático, então por quê a acomodação? Reveja seus valores, atitudes e pensamentos. E quando estiver em dúvida sobre o melhor caminho a seguir, ouça o seu coração... Não tenha medo de amar, de amar-se. Não tenha medo de acreditar em anjos.<br /><br />Para todos nós... um 2008 repleto de mudanças. De fé, amor!<br />Ah! E antes de 2007 termine, vá à sua “despensa” e observe os “prazos de validade”. Lembre-se que “sentimento guardado azeda por dentro”.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-74970433191786488212007-12-30T11:36:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.307-03:00Receita de Ano NovoPara você ganhar um belíssimo Ano Novo<br />Cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,<br />Ano Novo sem comparação com o tempo já vivido (mal vivido talvez ousem sentido)<br />para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, recomendado às carreiras,<br />mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,<br />novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior)<br />novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,<br />mas com ele se come, se passeia,<br />se ama, se compreende, se trabalha...<br /><br />Não precisa fazer lista de boas intenções, para arquivá-las na gaveta.<br />Não precisa chorar de arrependimento<br />Pelas besteiras consumadas<br />Nem parvamente acreditar<br />Que por decreto da esperança<br />A partir de janeiro as coisas mudem<br />E seja tudo claridade, recompensa,<br />Justiça entre os homens e as nações,<br />Liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados,<br />começando pelo direito de viver.<br /><br />Para ganhar um Ano Novo<br />que mereça este nome,<br />você, meu caro, tem de merecê-lo,<br />tem de fazê-lo de novo, eu sei que<br />não é fácil, mas tente, experimente, consciente.<br />É dentro de você que o Ano Novo<br />Cochila e espera desde sempre.<br /><br /><em><span style="color:#990000;">Carlos Drummond de Andrade<br /><br /></span></em><em><span style="color:#990000;"></span></em>Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-69907144787245775772007-12-23T20:00:00.001-03:002009-10-27T20:16:15.196-03:0024h de que?Quem já passou 24h em uma corrida de aventura – correndo, pedalando, remando, nadando – pode sobreviver tranquilamente a algumas horas de natação, certo?<br />Sim!!! Sobreviver, sim! Mas... Tranquilamente? Aí já é outra história.<br /><br />Quando o Júnior perguntou se iria participar do Desafio 24h de Natação ele não sabia que estava usando uma palavra mágica para me convencer a encarar a competição : DESAFIO.<br /><em><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Mas como é a prova?<br /></span><span style="color: rgb(0, 0, 153);">- Simples. São 24 horas nadando. Vence a equipe que fizer a maior distância durante esse tempo. Serão oito equipes e cada uma pode ter até 30 pessoas. Você só precisa dizer em que horários pode nadar. </span></em><br /><em><span style="color: rgb(0, 0, 153);"><br /></span></em>30 pessoas... 24 horas... Fácil! Só precisava escolher uma horinha (ou mais) que não chocasse com os outros compromissos que teria naquela sexta-feira. Seria só mais um dia de treino de natação, dessa vez em um lugar diferente. Seria... se fosse.<br /><br />Ao chegar ao ginásio onde estava sendo realizada a competição fui logo percebendo que aquilo não era algo tão simples como eu havia pensado. A primeira imagem foi uma arquibancada lotada de atletas, familiares e curiosos. Metade dela colorida de vermelho e amarelo. Era a equipe do Corpo de Bombeiros, incluindo alguns companheiros das corridas de aventura – Tavares, Marcelinho e André.<br /><br />A prova havia começado há pouco mais de uma hora e a nossa equipe (Iate) estava em terceiro lugar, a 450m da segunda colocada (Nadart). Em primeiro estavam os bombeiros, ou melhor, a tropa de elite aquática do CB... 600 metros a nossa frente.<br /><br />Sem dúvida e nem falsa modéstia, tínhamos os melhores nadadores da competição. Mas o fato de não estarem todos ali, durante as 24h, fez uma grande diferença. Enquanto o CB tinha todos seus nadadores no ginásio, as demais equipes eram formadas por “atletas” que dividem o tempo dentre esporte, trabalho, casa, etc. Mais pessoas em um equipe, na prática, significava que os nadadores teriam mais tempo para descansar e assim poderiam render mais.<br /><br />Com essa vantagem competitiva, o CB adotou a estratégia de fazer revezamento de 50m. Ou seja, se quiséssemos diminuir aqueles 600m de diferença teríamos de nadar um bocado. Só não imaginava que fosse tanto. Enquanto eles tinham 30, nossa equipe mantinha uma média de 4 a 5 pessoas/hora se revezando na piscina. Isso na teoria. Na prática, houve momentos de desfalque, o que acelerou o processo de desgaste dos nadadores. Porque uma coisa é você fazer uma hora de natação, outra bem diferente é você passar essa mesma uma hora usando 100% da sua força. E se for 1h30? Pois é... quando cai na piscina, às 10h30, estávamos em um desses momentos de desfalque. Preciso dizer mais alguma coisa?<br /><br />Foi nessa hora que soou a sirene, anunciando que havia passado mais uma hora de competição. Junto veio um grito otimista... <span style="color: rgb(0, 102, 0);"><em>“Parabéns nadadores! Faltam APENAS 22h!!!" </em></span>Apenas?<br />Nesse instante acabei descobrindo que água pode pesar tanto (ou mais) que um saco de cimento. Mesmo você estando em cima dela.<br /><br />Mas o fato é que a possibilidade de nos aproximar dos bombeiros acirrava os ânimos e motivava todo mundo. Na segunda hora de prova, a diferença do Iate para a Nadart havia caído para 250m.<br /><br />Enquanto isso, do lado de fora da piscina estava o Júnior, nosso treinador/professor, com celular ao ouvido recrutando reforço. Ele já havia percebido que a idéia inicial, de ter 4 nadadores a cada hora, não seria suficiente para fazer a equipe “deslizar”. Era preciso mais gente para que o nosso tempo de recuperação fosse maior.<br /><br />Às 12h, quando os braços não respondiam a mente, tive de sair da água. O coração, que estava apertado em ter de deixar Alexandre, Núbia e Givaldo sozinhos na piscina, tranqüilizou-se ao ver Paulinho e Hélcio chegando para reforçar a equipe.<br /><br />Mas o meu desafio não parava ali. Foi só o tempo de resolver algumas coisas “lá fora”, almoçar e voltar para a competição. Dessa vez, totalmente consciente (e preocupada) do que viria pela frente. Quantos estariam lá para nadar? Para meu alívio, ao chegar, dei de cara com a verdadeira “Tropa de Elite” da competição. A nossa Tropa de Elite. Já tínhamos nadado 31.850m e estávamos em segundo lugar, 1.200m a frente da Nadart. Também não éramos apenas quatro, mas 10. Até a Talita, que mora em Sampa e havia chegado há poucas horas em Maceió para passar o Natal com a família, estava lá para integrar a equipe, junto com a mãe e a sobrinha (três gerações de nadadoras).<br /><br />Assim, Júnior dividiu os nadadores em duas equipes de 5 pessoas, que se revezavam a cada 30 minutos. Essa foi sem dúvida, a melhor estratégia.<br /><br />Às 17h30 sai da piscina, novamente de coração apertado. O esgotamento já era visível e só haviam se passado 9 horas de competição. Como seria a noite e a madrugada?<br />Não consegui ficar em casa com essa pergunta na cabeça. Mesmo que apenas por alguns minutos, tinha de voltar para a piscina e ajudar a carregar aqueles “sacos de cimento”, o quanto fosse possível. Então, às 21h, voltei... levando comida e o que restava de força nos braços. A boa notícia é que tive um incentivo a mais... a presença do meu namorado (Júnior).<br /><br />E quando cheguei... mais uma surpresa. Ao chegar, me deparei com um “mar” de gente, competindo e assistindo. Equipes elétricas e uma euforia geral, apesar de todo cansaço! O espírito de equipe estava presente e vi gente dispensando a tradicional farra de sexta-feira para estar na competição. Foram as horas de melhor rendimento, 4.950m/hora. E pra não deixar a peteca cair... água, repositor, barras de proteína, pizza, amendoim, etc, etc, etc.<br /><br />Uma hora, foi o quanto os braços agüentaram. Além de não haver mais força, precisava tentar descansar, já que na manhã seguinte ainda tinha 60km de pedal e outros 12km de corrida.<br />Mas, em casa, embora o corpo cansado, a mente não conseguia desacelerar e o sono só chegou depois das 2h30 da manhã. Já sabia que o treino tinha ido por água a baixo, então pensei em dormir mais um pouco e ir para a piscina apenas na última hora da prova, quando toda equipe deveria estar reunida. Mas, esses planos também foram por água a baixo. Às 04h o telefone toca.<br /><em><span style="color: rgb(0, 0, 153);">- Fabí?</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Oi Ju...</span><span style="color: rgb(0, 0, 153);"><br />- Como você está?</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Um bagaço.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">- Fabí. Estamos precisando de você.<br /></span><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ju... eu tô morta.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">- A Núbia parou de vez. Não agüenta mais levantar o braço. O Raul está nas últimas. O Paulinho está nadando só para a equipe não parar. Se não vier reforço, vamos parar o revezamento.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Parar?? Tá, tô chegando. </span></em><br /><em><span style="color: rgb(153, 0, 0);"><br /></span></em>Não sabia como iria nadar e bateu outra preocupação... o que o Júnior (o namorado) vai pensar ? Que sou maluca? Acho que vou levar "cartão vermelho". Mas, fui mesmo assim, rezando para que ao voltar ainda tivesse o namorado.<br /><br />Hélcio, que também havia sido recrutado, assumiu a piscina para aliviar os guerreiros da madruga. Raul, Paulinho e Bruno estavam apenas esperando alguém chegar para saírem da água. Às 4h30 cai na piscina e, ao contrário do que imaginava, o inimigo não era o cansaço, mas a água fria. E põe fria nisso.<br />Às 4h45 toca a sirene.<br /><em><span style="color: rgb(0, 102, 0);">- Parabéns nadadores!!! Faltam só 4 horas”.</span><br />- ?? (silencio total)<br /></em><br />Com o amanhecer o restante dos nadadores foi chegando e voltamos a ter duas equipes se revezando na água.<br /><br />Às 7h45, quando mais uma parcial era anunciada, o grito de um dos bombeiros lembrou: falta só uma hora galera. Apenas 1 horinha? A partir dali, começamos uma contagem regressiva e o cansaço sumiu de vez, como um toque de mágica.<br /><br />Embora não fosse mais possível alcançar a equipe do CB. Ter chegado até ali e estar em segundo lugar, já era motivo suficiente para comemorar. E parece que isso “nitrogenou” todo mundo.<br /><br />Às 8h45, depois de 105.950 m de braçadas, finalmente chegamos na hora 24 daquela competição. A pergunta que rondava a mente durante a madrugada (porque eu me meti nisso?) deu lugar a satisfação de vencer mais um desafio. Semblantes cansados, dores nos braços, no abdômen, olheiras... tudo se tornou pequeno diante da sensação de superação, superação em equipe.<br /><br />Queridos amigos, não tentem entender a “loucura”. Desafie-se... e saberá o que quero dizer. Parabéns... essa é a nossa Tropa de Elite.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjTzZHPpZTeH6gTjpBBi8GuSDCf6n0V7acjKdcRVTS7XLWRdNu9h4f5pLHvKiALeImOhWrOdQRcgNMHYxWBCiyavLiul6bZe7EQvqxm3VLxczZDaCw-WHXjqpqq2fCkDb_K3nAHWtqmwyb/s1600-h/tropa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5147601309557784578" style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjTzZHPpZTeH6gTjpBBi8GuSDCf6n0V7acjKdcRVTS7XLWRdNu9h4f5pLHvKiALeImOhWrOdQRcgNMHYxWBCiyavLiul6bZe7EQvqxm3VLxczZDaCw-WHXjqpqq2fCkDb_K3nAHWtqmwyb/s400/tropa.jpg" border="0" /></a>Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-33884782069064249142007-12-07T08:08:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.324-03:00RecomeçarRecomeça se puderes,<br />E os passos que deres,<br />Nesse caminho duro do futuro,<br />Dá-os em liberdade.<br />Enquanto não alcances,<br />Não descanses.<br />De nenhum fruto queiras só metade.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><em>Miguel Torga</em></span>Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-48443291528842798722007-12-02T11:11:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.332-03:00<span style="font-size:130%;"><span style="color:#990000;">"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma.<br />O sonho é o que temos de realmente nosso,<br />de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso."</span><br /></span><br /><span style="font-size:85%;">Fernando Pessoa</span>Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-73313352414126580722007-11-08T14:25:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.350-03:00Correção de rotaQuem disse que os dias quentes de verão (coloca quente nisso) e a correria das semanas que antecedem o tão esperado recesso de fim de ano precisam ser insuportavelmente tórridos e apressados. Quem disse que não podem ser criativos?<br /><br />O relógio comandava as rotinas do dia recheado de reuniões onde protagonizo o papel da “chata” que cobra resultados. Fim de ano é assim. As duas horas de almoço pareciam ideais para resolver as coisinhas da vida que corre fora da empresa. O roteiro incluía: banco, almoço, um pulinho na lojinha de alimentos natureba, supermercado rapidinho e, sobrando tempo, locadora.<br /><br />Mas... não foi bem assim! Digamos que houve um desvio no mapa... Bato o ponto eletrônico, desligo o monitor, saio ligeirinho do estacionamento, espero o sinal abrir, escolho o caminho da orla, dou de cara com a praia, o queixo cai. Céu azul, nem um rastro de nuvem, mar verde, calmo, reluzente, termômetro na casa dos 29°, minha casa a quatro quadras. <em><span style="color:#990000;">“Dia lindo! Será que amanhã vai estar assim? E o fim de semana? Pode não estar...”</span></em><br /><br />Então esqueça o banco, a lojinha natureba, o supermercado, a locadora.<br />Paro carro na porta de casa, subo as escadas correndo, descubro que tenho novos vizinhos e que eles têm uma menininha, jogo a bolsa na mesa da cozinha, roupas espalhadas na cama, biquíni a postos, praia, mar, céu azul, calor, mergulho, contemplação, mergulho, sorriso, mais calor, mergulho, alívio, agradecimento, sossego, alma lavada e pronta para a segunda etapa da jornada.<br /><br /><p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9aefE7KvHLP4E2Mnq9OjhIUuFrg0FJ80oee91ULks0ThfAHc-w40K-k8mzNA_PwSyMdmQNV6cbsuzv0jiu4kweNF08dBfEYLUnAvJ9AMluGtdMhlCG3G2J96biVl8sCzEn9KsNMT1Nv35/s1600-h/macei%C3%B3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130525031624250818" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9aefE7KvHLP4E2Mnq9OjhIUuFrg0FJ80oee91ULks0ThfAHc-w40K-k8mzNA_PwSyMdmQNV6cbsuzv0jiu4kweNF08dBfEYLUnAvJ9AMluGtdMhlCG3G2J96biVl8sCzEn9KsNMT1Nv35/s320/macei%C3%B3.jpg" border="0" /></a></p><p align="center"><span style="font-size:85%;color:#000099;">Diga... o que você faria..?</span></p>Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-69240629787582498282007-11-04T13:44:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.356-03:00EncerramentoTudo bem... Não há mesmo "contrato aditivo". Então, que venha o "termo de encerramento", por Cecília Meireles... nesses moldes:<br /><br /><em>“Não deixe portas entreabertas, </em><br /><em>escancare-as ou bata-as de vez. </em><br /><em>Pelos vãos, brechas e fendas, </em><br /><em>passam apenas semiventos, </em><br /><em>meias verdades e muita insensatez”.</em>Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-47480833441584939342007-11-01T08:29:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.369-03:00Promessas de casamentoFim de ano, fim de ciclos? Que diachos acontece em 2007? Será que o prazo de “garantia” expirou? Não sei. O que vejo são amigos queridos decididos a mudanças... revendo valores, posturas, fazendo escolhas... refazendo escolhas. Pra quem está do lado de cá não há muito o que falar. Mas, continuaremos aqui!<br /><br /><span style="color:#cc0000;"></span><br /><span style="color:#cc0000;">Promessas de Casamento</span><br /><br />Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento a igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre. "Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?" Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:<br /><br />- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?<br />- Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?<br />- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?<br />- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?<br />- Promete se deixar conhecer?<br />- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?<br />- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?<br />- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?<br />- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?<br />- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?<br /><br />Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><em>Marta Medeiros</em></span>Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-47640093492928887672007-10-24T20:31:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.426-03:00Fortaleza de papelComo se constrói uma fortaleza, de fato? Com cara sisuda, palavra firme, convicção de idéias? Com porte austero e caminhos sempre certos? Seria resultado de uma conduta moral que não gera contradição entre palavras e atitudes, da disciplina, do acerto?<br /><br />Senhores e senhoras... Abandonem suas antigas crenças. Digo que essa fortaleza se constrói seguindo o caminho do coração. Felizes e fortes são aqueles que aprendem (ou tentam) a administrar seus conflitos, que reconhecem e aceitam suas fragilidades, as oscilações de humor, as perdas... Mas que, ainda assim, dão o melhor de si. Sentem, expressam, recebem, doam e não se autoflagelam pelos erros que cometem. Lembre-se... seja alegre, gentil, chato, elegante, magro, gordo, largado, crítico, humilde, discreto, arrogante, humano, sincero... Ouça o coração e construa sua fortaleza.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-51452314944796702562007-10-22T17:46:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.435-03:00Efeito borboleta, atropelamento... alguém explica?Prometo que terei mais cuidado meus amigos, prometo!Aquele foi um dos dias em que a rotina é colocada de lado e nos faz pensar no tal “efeito borboleta”. Em como o “acaso” faz sua programação, como escolhe pessoas e situações.<br /><br />Era pra ser um dia em que, normalmente, acordaria cedo e sairia para fazer meu treino de bicicleta. Mas, a viagem para o Rio de Janeiro fez com que alterasse minha programação. Tinha de estar no aeroporto às 10h30 e ainda faltava arrumar algumas coisas para a viagem, então decidi substituir a bike pelo treino de corrida (mais curto).<br /><br />E assim fui. Ao chegar à praia – quatro quadras da minha casa, meu quintal - o primeiro pensamento foi agradecer a Deus pelo privilégio de estar ali, vendo a manhã nascer com suas cores suaves, um mar azul e calmo. O treino já se tornou mais que uma prática esportiva. É também um momento de refletir e socializar. A cada passada um pensamento, um “bom dia” e por ai vai. Naquele dia não foi diferente. Ao longo do caminho fui encontrando os amigos de sempre, companheiros do treino de corrida e bicicleta. Entre eles um senhor que vez ou outra pedalava na praia.<br /><br /><em><span style="color:#000066;">- Você se incomodaria se eu tentar acompanhar você no pedal?</span><br /><span style="color:#006600;">- Imagina. Sem problemas.</span></em><br /><br />Lembro-me que esse foi nosso primeiro contato e ao vê-lo naquela manhã pensei: pois é amigo, hoje quebrei a rotina. Você vai pedalar sozinho.<br /><br />Nos feriados e fins de semana é comum ver motoristas em atitudes irresponsáveis. Por isso mesmo é que alguns amigos nunca cansam de me pedir cuidado. Mas só agora as palavras do amigo Hélcio realmente soam fundo... “Antes de sair para treinar eu sempre peço a Deus que me proteja. Nós nunca sabemos quem vamos encontrar pelo caminho”.<br /><br />Estava com 50’ de corrida, faltando pouco para chegar em casa, quando passaram por mim o amigo ciclista – devidamente equipado - e um desses motoristas estúpidos que colocam em risco suas vidas e as de tantas outras pessoas.Não se passaram nem dois minutos se passam de corrida e quanto olho para frente vejo apenas um aglomerado de gente e uma pessoa estendida no chão. Não acredito... Aquele motorista atropelou uma pessoa. PQP. PQP!!!<br /><br />Continuei correndo, tentando entender o que estava vendo, quando um carro se aproxima de mim. Era um dos conhecidos das caminhadas na praia, indignado: um rapaz embriagado acabou de atropelar um ciclista. Será que você conhece? Naquela distância não conseguia identificar quem pudesse ser, mas a primeira pessoa que veio a mente foi o “cara da Trek branca”. Comecei a correr mais rápido e a cada passada a preocupação aumentava, junto com uma explosão de indignação e a raiva. Era ele, o cara da Trek branca que havia tentado me acompanhar na semana passada.<br /><br />As pessoas que estavam ao redor, olhando a cena, não sabiam o que faze e quando me aproximei , correndo, olharam para mim como se eu pudesse resolver algo. Foram logo me entregando o relógio do tal ciclista e perguntando quem era ele. Mas eu não sabia seu nome, a quem avisar do acidente ou o que fazer. Segui apenas o instinto e pensei no que precisaria se estivesse em seu lugar (não fosse a quebra da rotina, eu estaria pedalando naquela manhã). Ajoelhei ao seu lado para ver se estava acordado. O que vi foi um homem de respiração ofegante, imóvel, extremamente machucado (desnecessário mencionar os detalhes) e sangue por todos os lados. O impacto da pancada quebrou o pára-brisa do carro e não tinha idéia do estrago que teria feito por dentro dele. Por instantes tive medo que ele parasse de respirar, que tivesse uma convulsão ou qualquer outra coisa do tipo. O que fazer? Sabia apenas que não deveria tentar deixá-lo imóvel até a chegada do socorro.<br /><br />Então coloquei as mãos em suas costas, me aproximei do seu rosto e fiquei conversando com ele. Tentando acalmá-lo e, intimamente, pedindo a Deus que ele “resistisse” até a chegada da ambulância. Os minutos pareciam intermináveis, mas, aos poucos, a sua respiração se normalizou e eu me tranqüilizei.<br /><br /><span style="color:#000066;"><em>- Você consegue dizer seu nome?</em></span><br />Nada! Nem uma palavra. Apenas um olhar vago.<br /><br />Fiquei ali até que o socorro chegasse. Foi quando pude olhar para os lados e ver que a bicicleta havia se transformado em um monte de ferro retorcido. O que fazer agora? Ele vai entrar nessa ambulância só? Para onde iria? Como avisar a família? Quem eram seus familiares? E a bicicleta, o que fazer com ela? Não havia ninguém ali que o conhecesse e pudesse acompanhá-lo. Pensei em fazer esse papel, mas faltavam menos de três horas para meu vôo. Então tentei sensibilizar uma das pessoas conhecidas que assistiam a cena, mas não deu muito certo... “Meu Deus... poderia ter sido um de nós ali, naquele dia. Poderia ter sido eu. Ele não poderia ficar só, naquela situação”. Senti-me angustiada e com uma enorme sensação de egoísmo.<br /><br />Na minha limitação, o que pude fazer foi convencer algumas pessoas de ser um canal de contato para os socorristas, caso não conseguissem entrar em contato com a família do ciclista. Pensei em me voluntariar, mas não estaria em Maceió, e dessa forma não poderia resolver muita coisa. Pedi ainda ao vigia do clube onde nado (que também assista a cena) que guardasse o que havia restado da bicicleta.<br /><br />E assim, sem ter mais o que fazer, vi aquele rapaz ser levado ao hospital. Chocada, indignada, enfurecida, assustada com a fragilidade de nossa vida. Agora sim compreendendo os pedidos de cuidado, vindos de todos os lados. Poderia ter sido eu naquela manhã, poderia ter sido um dos amigos mais próximos.<br /><br />O que aconteceu com o ciclista? Ao chegar ao Rio, busquei informações e soube que ele estava fora de perigo. O que aconteceu ao motorista? Não sei. Mas o que vocês acham que pode acontecer num País onde grande parte da sociedade e seus governantes ainda preferem aceitar que esses “acidentes” são decorrências naturais de um conjunto de fatalidades? Onde, anualmente, 34 mil pessoas morem em acidentes de trânsito, 400 mil ficam feridas e.... Quantas mesmo são presas?? Um País onde a faixa de pedestre é apenas um mero detalhe pintado no chão das ruas e onde pagar ou não multa de trânsito depende do tamanho do seu “network”?!Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-89047928366819088512007-10-14T15:28:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.445-03:005.292 e um atropelamentoDia das crianças e um presentinho nada convencional. Que tal uma L200? Nada mal... se... ela viesse para mim e não por cima de mim. Pois é amigos... eis o primeiro (e único, espero) atropelamento!<br /><br />Para falar a verdade estava felizmente surpresa e achando um tanto estranhando, diante do meu histórico, passar 14 meses sem nenhuma queda de bike, quer dizer, com a minha cannondale. Exatos 5.292 e nenhum acidente. Embora os muitos riscos, consegui passar ilesa pelos treinos na BR em pleno feriadão, pelas descidas alucinantes do Benedito Bentes dias de chuva, pelas madrugadas ( e os tarados)... tudo tudo e nadinha de nada.<br /><br />Mas eles (acidentes) sempre acontecem quando você menos espera e nessa sexta-feira foi exatamente assim. Cena do crime: fim de treino na orla de Maceió, velocidade moderada, uma L200 (aqueles caminhões disfarçados de carro), uma equipe de festas montando os brinquedos que iriam fazer a festa da molecada. Todos próximos a uma das transversais de acesso a praia e... e uma dedução ingênua.<br /><br />Aviste a caminhonete ao longe e vi que ao se aproximar daquela transversal, onde três rapazes montavam os brinquedos, o motorista reduziu a velocidade até parar (embora não tenha sinalizado que iria entrar). Entre a parada do carro e minha aproximação passaram-se alguns segundos, foi quando deduzi, ingenuamente, que o motorista estava esperando eu passar. Mas quando? Ele se quer havia me visto, estava na verdade analisando se aquele seu “caminhão doméstico” passaria na parte da rua que ainda não estava ocupada pelos brinquedos. Resultado: ao me aproximar do carro... o motorista decidiu que poderia arriscar e daí vocês já podem imaginar o resto da cena.<br /><br />Naquelas frações de segundo que percebi o inevitável, minha duvida era: tento parar a bicicleta e me esfolo no chão ou relaxo e encaro a batida contra o capô do carro? Bem... o capô é mais lisinho. E depois, como o carro havia saído do estado de inércia e ainda não havia tido tempo de aceleração suficiente para ganhar uma velocidade que representasse risco de morte... e eu, por minha vez, já estava em processo de desaceleração (olha aí as aulas de física servindo para alguma coisa)... conclui que aquela seria a melhor e “relaxei”.<br /><br />Acudida de imediato pelos rapazes que montavam os tais brinquedos, felizmente não aconteceu nada de grave. Alguns hematomas no cotovelo, joelho (que estava bom), bacia e outras coisinhas mais. Porém, nada, absolutamente nada em comparado com as quedas hollywoodianas que já aconteceram quando eu “pilotava” uma mountain bike.<br /><br />Meio assustado, meio desesperado, o motorista queria saber se eu estava bem. Tudo bem moço, eu e minha bicicleta passamos bem.... mas... blá, blá, blá, blá... o pobre não escapou da minha falação e jurou mais cuidado e respeito aos ciclistas que não andam na contra-mão.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-55663151303754925632007-10-08T22:25:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.451-03:00Certificado de GarantiaJá imaginaram como seria a vida se para todas as boas coisas houvesse um certificado de garantia, assim como o da minha bicicleta – vitalício? Quebrou, rachou, arranhou, caiu, machucou, feriu, brigou, acabou, morreu... Bastaria acessar o Serviço de Atendimento ao Consumidor e pronto! Teríamos um cachorrinho novo, um pedido de desculpa... Um amor 0 km. Os abraços seriam sempre mágicos, os beijos nos levariam sempre ao mundo da lua, os filmes seriam todos bons e os amores nunca esfriariam.<br /><br />Já imaginaram certificados que dessem a garantia de que o amor da nossa vida seria eterno e que nos amaria como somos para o resto da vida, com todos os nossos defeitinhos. Algo que nos certificasse que sempre teríamos aquelas pessoas que amamos ao nosso lado, de preferência saudáveis e bem humorados. Sem despedidas.<br /><br />Certificado para garantir os dias de sol e os dias de chuva também - aqueles que passamos em boa companhia. Garantia de mar limpo e o ar puro. Algo que nos assegurasse que não perderíamos horas preciosas de nossa vida em congestionamentos e que motivação, auto-estima, tesão... estariam sempre em alta.<br /><br />Que tal certificados que pudessem garantir filhos sempre amáveis, sem rebeldias? Certificados para palavras e ações sinceras. Garantia de alimento, emprego, saúde - em escala mundial. Ah! Sem falar dos certificados de garantia para festas, jantares, amigos leais e uma vida sem estresse???<br /><br />Bom seria... Mas que chatice seria. Antes de resolver, esses tais certificados nos limitariam a mesmice e a pequenez de nossas imperfeições. “Poupariam o esforço” de melhorar em nós aquilo que azedou e que nos afastou de nosso amor. De aparar as arrestas que ainda arranham e machucam. De modificar os hábitos que contribuíram para a poluição do mar, dos ares, das almas. Talvez esses certificados nos prendessem no egoísmo de achar que pessoas, assim como coisas, são propriedades. Pior que isso... Talvez esses certificados atrofiassem nossa coragem, força, fé. A capacidade de sermos melhores, enfim... evoluir.<br /><br />Então senhores... Diante dessa inconstância, a única garantia é que de que não podemos acomodar jamais.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-22335906488539053272007-10-03T09:22:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.470-03:00Você sofre de Normose?Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão.<br /><br />Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?<br /><br />Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.<br /><br />A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?<br /><br />Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.<br /><br />Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais. Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.<br /><br />Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.<br /><br /><span style="font-size:85%;color:#000099;"><em>Martha Medeiros<br />Jornal Zero Hora<br />05.08.07</em></span>Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-65910952424839120152007-10-02T08:16:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.480-03:00Quer saber?Sabe quando o amor é lindo?<br />Quando encontramos alguém que nos impulsione ao melhor que podemos ser.<br />Quando é livre e quando respeita.<br />Quando nos faz amar o outro na medida em que amamos a nós mesmos.<br />Esse amor é um sentimento pra lá de complicado... tantas vezes confundido e mal interpretado. Mas é ele quem dá corda ao relógio do mundo. Capaz de nos transformar em "anjos".Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-38016543364260038902007-09-28T21:27:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.488-03:00Rodrigo e Gabriel na dose certaO mundo precisa de mais ‘Rodrigos’ e menos ‘Gabriéis’”. A frase que ouvi de uma amiga nessa quinta-feira resumiu a ordem mundial. Durante um almoço agradável, em um restaurante da gastronômica São Paulo, ela relatava as descobertas pelas quais passavam seus dois pequeninos – Rodrigo e Gabriel. Uma demonstração de quão autônomos são os componentes da personalidade humana... E de quanta responsabilidade têm os senhores pais.<br /><br />Rodrigo, sete anos, está mergulhado em uma daquelas maravilhosas fases da infância que fazem os pais chorarem de rir ou terem vontade de se esconder num buraco. Mas em seus questionamentos de criança (?) ele não quer saber como nascem os bebês ou porque meninos são diferentes de meninas. O que incomoda o pequenino são dúvidas da existência humana. “Mãe, quando eu morrer e nascer de novo... quem será minha mãe?” E essa não se trata de mera repetição de frases ouvidas da televisão ou qualquer coisa do gênero. Esse é o “Rô” que se emociona quando vê crianças pedindo dinheiro no sinal. Que tenta convencer o caçula a casar-se com a irmã de seu coleguinha para que eles – melhores amigos - possam ficar sempre juntos e na mesma família. Esse é o Rô que já pensa no futuro como uma construção do presente.<br /><br />Influenciado pela convivência com o irmão mais velho, Gabi, 3 anos, não fugiu a dúvida e dia desses surpreendeu os pais com o mesmo questionamento, ou quase... “Mãe, quando eu morrer e nascer de novo”... Silêncio! Pai e mãe aguardando pela pergunta que sempre vem acompanhada de uma dose de emoção... “Como eu faço para ter os mesmos brinquedinhos”?<br /><br />Se não fosse tão sincero e inocente, seria preocupante. Mas essa é a autonomia, maravilhosa, da personalidade humana. Quer tentar explicar? Embora os ingredientes sejam os mesmos, nada pode garantir que as receitas saiam completamente iguais.<br /><br />A sinceridade de Gabi está longe de condenar seu futuro. O pequenino é apenas uma argila que começa a ser moldada e seus pais ainda têm um longo caminho pela frente. Mas há aqueles (pais e mães) que não têm sensibilidade nem maturidade para empreender nesse desafio e assim o mundo vai ficando cada vez mais cheio de Gabriéis e Gabrielas.<br /><br />E o surpreendente é que enquanto desejamos Rodrigos em nossas vidas, capazes de sentir e emocionar, estamos muito pouco dispostos (ou quase nada) a abrir mãos dos Gabriéis que ainda existem em nós. Um exemplo comum está nos relacionamentos. E nem precisa de muita filosofia para entender do que estou falando.<br /><br />É contraditório, pra não dizer neurótico, ver homens e mulheres em busca de uma companhia com o qual se identifiquem, enquanto, cada vez mais, se disfarçam para tentar encontrá-la. Dizem que estão à procura de alguém com gostos e hábitos similares... mas, como pretendem isso se nessa busca tiram do armário uma roupa protetora qualquer que acaba por disfarçar quem realmente são? Auto-sabotagem?<br /><br />Como resultado dessa neurose toda vivemos num “jogo”, começado não sei onde e nem por quem, que já dura longa data, com regras complicadas para Rodrigos e até mesmo Gabrieis. Regras que dizem entre outras coisas que: 1)Você nunca deve demonstrar ao outro o quanto realmente está interessado nele. Ou seja, a desvalorização é regra base (?). 2) Ele – o outro – nunca pode estar seguro de que detém a “exclusividade do uso”. Ou seja, deixar sempre nas entre linhas que, se bobear, a fila anda (??). Resumindo... esse tal jogo diz que você nunca pode demonstrar o que verdadeiramente sente e quem verdadeiramente é. Vale um pouquinho, mas não tudo.<br /><br />Mas a coisa mais maluca de tudo isso é que os “jogadores” agem assim tentando colher no adversário – sim, porque a essa altura já deixou de ser parceiro – a reação exatamente oposta. Ao passo que querem atenção, acreditam que precisam dar uma dose de desprezo. Ao passo que desejam cumplicidade, acreditam que autonomia é sinônimo de risco. Querem cuidados, mas têm a convicção que não podem dedicar tanta atenção. O mais engraçado, e trágico, de tudo isso é que, embora a maioria das partidas terminem em 0 x 0 (quando um dos lados não perde de lavada) as pessoas insistem em manter essas regras que ouço desde adolescente.<br /><br />Na verdade o que o mundo precisa é de mais Rodrigos e Gabriéis, nas suas doses certas e complementares. Precisamos da sensibilidade do gigante Rô e a sinceridade do ainda pequeno Gabi. Somados esses dois ingredientes... seriam todos mais felizes. O problema é que ninguém quer dar o <em>start</em> nessa partida e arriscar jogar com novas regras. Assim vemos perpetuar essa fórmula maluca de viver, que provoca cada vez mais acidentes. Ferimentos que nem sempre se curam com um mertiolate ou beijinho da mamãe. Feridas que às vezes ficam por anos a fio.<br /><br />Precisamos de mais Rodrigos, pessoas capazes de expressar com autonomia e sensibilidade. Determinadas, que sabem chorar, rir, emocionar-se. E não digam que isso é coisa de “boiola” porque para SER em essência é preciso de muita coragem. É preciso ser muito “homem”.<br /><br />O mundo precisa, sem dúvida, de mais Gabriéis. Honestos, francos, sinceros, que se mostram como são, sem medos, disfarces ou meras tentativas de agrado. Mas, com respeito e compreensão. Gabriéis e Gabrielas felizes com o que são e quem são.<br /><br />Senhores pais e candidatos... cuidem de seus Rodrigos. Eduquem e estimulem seus Gabriéis. Se é que ainda desejam viver em mundo melhor.Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8269349701162263932.post-409956983937594512007-09-23T10:38:00.000-03:002009-10-10T10:25:45.498-03:00Desejos<span style="font-size:85%;color:#000099;"><em>Carlos Drumond de Andrade</em></span><br /><br />"Desejo a você<br />Fruto do mato<br />Cheiro de jardim<br />Namoro no portão<br />Domingo sem chuva<br />Segunda sem mau humor<br />Sábado com seu amor<br />Filme de Carlitos<br />Chopp com amigos<br />Crônica de Rubem Braga<br />Viver sem inimigos<br />Ter uma pessoa especial<br />Uma surpresa agradável<br />Ver a banda passar<br />Noite de lua cheia<br />Rever uma velha amizade<br />Ter fé em Deus<br />Não ter que ouvir a palavra não<br />Nem nunca, nem jamais e adeus<br />Rir como criança<br />Ouvir canto de passarinho<br />Escrever um poema de amor<br />Que nunca será rasgado<br />Formar um par ideal<br />Tomar banho de cachoeira<br />Pegar um bronzeado legal<br />Aprender uma nova canção<br />Esperar alguém na estação<br />Queijo com goiabada<br />Pôr-do-sol na roça<br />Uma festa<br />Um violão<br />Uma seresta<br />Recordar um amor antigo<br />Ter um ombro sempre amigo<br />Bater palmas de alegria<br />Uma tarde amena<br />Calçar um velho chinelo<br />Sentar numa velha poltrona<br />Ouvir a chuva no telhado<br />Vinho branco<br />Bolero de Ravel<br />E muito carinho meu."Fabi Carneirohttp://www.blogger.com/profile/05227846352565571607noreply@blogger.com0