Já imaginaram como seria a vida se para todas as boas coisas houvesse um certificado de garantia, assim como o da minha bicicleta – vitalício? Quebrou, rachou, arranhou, caiu, machucou, feriu, brigou, acabou, morreu... Bastaria acessar o Serviço de Atendimento ao Consumidor e pronto! Teríamos um cachorrinho novo, um pedido de desculpa... Um amor 0 km. Os abraços seriam sempre mágicos, os beijos nos levariam sempre ao mundo da lua, os filmes seriam todos bons e os amores nunca esfriariam.
Já imaginaram certificados que dessem a garantia de que o amor da nossa vida seria eterno e que nos amaria como somos para o resto da vida, com todos os nossos defeitinhos. Algo que nos certificasse que sempre teríamos aquelas pessoas que amamos ao nosso lado, de preferência saudáveis e bem humorados. Sem despedidas.
Certificado para garantir os dias de sol e os dias de chuva também - aqueles que passamos em boa companhia. Garantia de mar limpo e o ar puro. Algo que nos assegurasse que não perderíamos horas preciosas de nossa vida em congestionamentos e que motivação, auto-estima, tesão... estariam sempre em alta.
Que tal certificados que pudessem garantir filhos sempre amáveis, sem rebeldias? Certificados para palavras e ações sinceras. Garantia de alimento, emprego, saúde - em escala mundial. Ah! Sem falar dos certificados de garantia para festas, jantares, amigos leais e uma vida sem estresse???
Bom seria... Mas que chatice seria. Antes de resolver, esses tais certificados nos limitariam a mesmice e a pequenez de nossas imperfeições. “Poupariam o esforço” de melhorar em nós aquilo que azedou e que nos afastou de nosso amor. De aparar as arrestas que ainda arranham e machucam. De modificar os hábitos que contribuíram para a poluição do mar, dos ares, das almas. Talvez esses certificados nos prendessem no egoísmo de achar que pessoas, assim como coisas, são propriedades. Pior que isso... Talvez esses certificados atrofiassem nossa coragem, força, fé. A capacidade de sermos melhores, enfim... evoluir.
Então senhores... Diante dessa inconstância, a única garantia é que de que não podemos acomodar jamais.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
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Como é difícil ter a clareza de que o erro e sofrimento nos fazem evoluir... ai ai , mas é isso mesmo, que fazer? Como saber o que é o prazer se não temos os momentos de dor? Subjugados pelas contradições, pelas forças opostas, pelos altos e baixos... C'est la vie!
ResponderExcluirLindíssimo seu artigo.