Acabou. Esse domingo marcou o encerramento da maior competição esportiva das Américas – os XV Jogos Pan-Americanos Rio 2007. Pois é... Foi Pan. Até pareceu a primeira vez que o Brasil sediou os jogos. Quase ninguém nem se lembra de São Paulo, há 44 anos.
Uma coisa é fato: embora o tenha sido realizada na ‘Cidade Maravilhosa’, a competição mobilizou o País inteiro. Desde os cofres públicos até alma dos brasileiros. Um evento grandioso e impressionante, a começar pelo montante investido. O Pan custou ao Brasil R$ 3,9 bilhões. Recurso utilizado, entre outras coisas, para construção, reforma ou modernização dos 16 locais de competição. Sem falar na vila do Pan, formada por 17 prédios e 1.480 apartamentos. O Rio foi transformado em um imenso canteiro de obras durante aproximadamente quatro anos. Cerca de 46 mil pessoas foram empregadas para dar conta do recado e tentar concluir as obras no prazo, aliás, finalizadas mesmo só aos 42’ do segundo tempo. Somos brasileiros, não suíços! Dá um desconto!
A 15ª edição dos jogos trouxe ao Brasil 5.662 atletas de 42 países, um recorde na história do Pan. Homens e mulheres que competiram em 38 modalidades e 34 esportes. Como era de esperar, por estar em casa ou pela evolução dos próprios atletas, o Brasil consegui bater seu recorde de ouros – 54 das 161 medalhas conquistadas.
Alguns desses ouros foram ‘profetizados’ e tinham como protagonistas atletas que estampavam o favoritismo, como a seleção masculina de vôlei. Outros vieram de mãos até então anônimas, como as da menina do sertão pernambucano, Yane Marques, ouro e revelação em um esporte nada popular - o pentatlo moderno.
O Pan, com suas muitas histórias e surpresas, mexeu com o coração dos brasileiros, em muitos momentos emocionou. Mostrou ao País, tão conhecido pelo samba, sol e praia, o que o esporte pode fazer por seus cidadãos. Mais do que trazer ao Brasil milhares de turistas, mobilizar a economia e os gigantes da mídia, os jogos mostraram que o esporte é capaz de resgatar meninos da marginalidade, de criar novas e boas perspectivas para aqueles que têm como realidade senão a pobreza e o abandono. Revelou do que são constituídos os super atletas. Músculos? Nada disso... De disciplina, determinação, garra, emoção, perseverança e um bocado de outras características que encantam quem tiver olhos de ver.
O esporte mostrou (e mostra) que nossos jovens podem ter outros ídolos, que não apenas o ‘rock star’ ou o traficante do morro, e que podem sim chamar a atenção sem precisar queimar índios, matar os pais, espancar domésticas, atropelar crianças pelas ruas e outros tantos comportamentos ‘indisciplinados’.
Os jogos mostraram ao mundo que o esporte é uma das ferramentas mais eficazes para inclusão e desenvolvimento social. Quando bem direcionado, forma homens e mulheres que superam obstáculos, que sabem perder e ganhar, disciplinados e cooperativos. Ou você acha que os educadores orientam pais a matricularem seus filhinhos ‘indomáveis’ em aulas de karatê apenas para descer a mão nos coleguinhas dentro da área permitida? E porque será que aumenta cada vez mais o número de empresas que incentivam os funcionários a prática esportiva, revelando executivos que dividem, prazerosamente, o tempo entre as responsabilidades profissionais e o esporte amador?
O fato é que o Pan Rio 2007 deverá ser lembrado (espero eu) por todos os brasileiros. Seja pela organização, pela vaia ao presidente da República, pelos resultados dos nossos atletas, pela passionalidade (ou falta de educação?) dos nossos torcedores diante dos adversários, pelos talentos revelados e até mesmo pelos transtornos ao trânsito dos cariocas, que carinhosamente apelidaram a competição de Jogos Pânico-Americano. É o brasileiro sempre criativo!
Bom, mas e daí? O que fica depois do Pan? Depois de botar o ovo e cacarejar, será que a galinha vai cuidar de seus pintinhos? Depois de gastar quase R$ 4 bilhões em um evento que durou 16 dias, o que sobrará para os outros 154 dias de 2007 e para os anos que virão? Tenho lá minhas ressalvas.
Você sabe o quanto o Brasil investe no esporte? Não? Tudo bem, esses números não são tão divulgados como deveriam. Seja pela baixa expressividade, seja pela falta de uma política consolidada de investimento na atividade, embora a tal Lei de Incentivo.
Em 2007, dos R$ 1,5 trilhões do orçamento nacional, foram destinados ao Ministério do Esporte cerca de R$ 447 milhões; bem distante do R$ 2,6 bilhões abocanhados pelo Senado ou dos R$ 3,3 bilhões da Câmara dos Deputados. Tire dessa ‘grande’ monta os gastos administrativos e quanto deve sobrar?!
Pra nossa sorte ainda temos, Brasil afora, muitos heróis que investem tempo, buscam apoio e recursos (quando não tiram do próprio bolso) em projetos corajosos. Ações muitas vezes isoladas e ainda pouco, muito pouco reconhecidas. A tirar pelo fato de que os programas das TVs abertas destinados a divulgação dessas iniciativas são geralmente exibidos nos fins de semana em horários nada nobres.
Mas o que o governo (estou falando das três esferas) faz, de fato, no dia-a-dia? Insisto: depois da festa, o que sobrará? Nada contra o Pan, não me levem a mal. Mas, quantos projetos sociais de incentivo ao esporte, patrocinados pelo governo, você conhece em seu município?
O ministro do Esporte, Orlando Silva, fez um balanço da edição do XV Jogos e da participação do Brasil. De acordo com o ministro, o êxito do certame “mostra que o País está capacitado para sediar eventos internacionais e que o Brasil melhora a cada ano sua performance”.
Mas de que performance ele estava falando? É verdade seu ministro, o Brasil sabe fazer festa!
domingo, 29 de julho de 2007
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Errata de pé de página
A vida deveria nos oferecer um lugarzinho no rodapé da nossa história pessoal para eventuais erratas, como em tese de doutorado (as que não são plágio). Pelas vezes em que na infância e adolescência a gente foi bobo, foi ingênuo, foi indesculpavelmente romântico, cego e teimoso, devia haver uma errata possível. Como quando a gente acreditou que se fosse bonzinho ganharia aquela bicicleta; que todos os professores eram sábios e justos e todas as autoridades decentes; e quando a gente acreditou que pai e mãe eram imortais ou perfeitos. E que aquele namorado não estava saindo com a outra menina, e a melhor amiga não contaria nossos segredos.
Devia haver erratas que anulassem bobagens adultas: botei fora aquela oportunidade, não cuidei da minha grana, fui onipotente, perdi quem era tão precioso para mim, escolhi a gostosona em lugar da parceira alegre e terna; fiquei com aquele cara porque com ele seria mais divertido, mas no fundo eu não o queria como meu amigo e pai de meus filhos. Ofendi aquela pessoa que me faria bem e corri atrás de quem logo adiante ia me passar uma rasteira. Profissionalmente não me preparei, não me preveni, não refleti, não entendi nada, tomei as piores decisões. Ah, que bom seria se essas trapalhadas pudessem ser anuladas com uma boa errata. Em geral, não podem.
Lia Luft
Devia haver erratas que anulassem bobagens adultas: botei fora aquela oportunidade, não cuidei da minha grana, fui onipotente, perdi quem era tão precioso para mim, escolhi a gostosona em lugar da parceira alegre e terna; fiquei com aquele cara porque com ele seria mais divertido, mas no fundo eu não o queria como meu amigo e pai de meus filhos. Ofendi aquela pessoa que me faria bem e corri atrás de quem logo adiante ia me passar uma rasteira. Profissionalmente não me preparei, não me preveni, não refleti, não entendi nada, tomei as piores decisões. Ah, que bom seria se essas trapalhadas pudessem ser anuladas com uma boa errata. Em geral, não podem.
Lia Luft
Troque o relógio pela bússola
Você quer aprender a administrar o tempo?
Então esqueça o relógio - e pegue uma bússola.
Mais do que controlar as horas, os minutos e os segundos do dia, uma boa gestão do tempo exige, prioritariamente, a definição clara do rumo que você deseja dar à sua vida e sua carreira.
Disso resultará todo o resto: dias menos desgastantes, compromissos respeitados, tarefas realizadas no prazo programado, metas alcançadas com serenidade e convívio saudável com a família. (Mauro Silveira)
Então esqueça o relógio - e pegue uma bússola.
Mais do que controlar as horas, os minutos e os segundos do dia, uma boa gestão do tempo exige, prioritariamente, a definição clara do rumo que você deseja dar à sua vida e sua carreira.
Disso resultará todo o resto: dias menos desgastantes, compromissos respeitados, tarefas realizadas no prazo programado, metas alcançadas com serenidade e convívio saudável com a família. (Mauro Silveira)
domingo, 15 de julho de 2007
Pelas barbas do profeta
Acostumada, por conta do trabalho, a passar algumas noites fora de casa, essa era pra ser apenas mais uma semana dormindo há milhares de quilômetros dos meus travesseiros.
Tudo muito comum não fosse a infeliz idéia de dividir o quarto de hotel com um casal de colegas que também estaria no planalto central naqueles dias. ‘Nada de mais’, pensei comigo - levando em consideração apenas o fato serem amigos de longa data e que não me causariam nenhum tipo de constrangimento.
O fato de não serem do tipo que adoram uma noitada e não saírem à ‘caça’ só porque estão fora de casa pesou a favor. Depois, a divisão de quarto não seria por toda semana, apenas quatro dos sete dias que ficaria na cidade, o que me deixaria à vontade para acordar cedinho ou assistir filme até de madrugada. ‘Será ótimo! Não terei nem tempo para sentir saudades de casa’. Quanto engano!
Da querida dupla dinâmica, um deles – ele - foi meu pesadelo. Se fossemos um casal, essa viagem teria sido o início de uma crise conjugal. Embora todos os pontos positivos da personalidade do meu amigo e mais embora ainda a admiração que tenho por ele, descobri um fator incontestavelmente inaceitável: seu ronco. O abominável ronco.
Logo na primeira noite fui acordada por um barulho estranho, ainda que não muito alto. Era o ronco. Pois é... Quem vê cara, não vê coração... E bem menos o sistema respiratório. Como poderia imaginar?!
Mas, a noite passou sem tantos transtornos e não me incomodei com fato, que julguei perfeitamente administrável por mais três noites. Mal sabia eu que, na verdade, aquele era apenas um aperitivo do que estava por vir.
Foi na segunda noite que o bicho começou a pegar. Descobri que não é apenas a sensação de fome que me deixa irritada, não conseguir dormir também é algo problemático. Não que seja daquelas pessoas que precisam de silêncio absoluto, mas há barulhos e ‘barulhos’. Na época de residência universitária estava acostumada a dormir ouvindo batucada de samba, conversa fiada, televisão e todos os tipos de sons possíveis e imaginários. Mas, o tempo vai passando, as mordomias da vida de solteira aumentando e as manias também.
Nesse dia, não era nem batucada, nem ‘convesaiada’, o que embalava meu sono era a narração do jogo México X Argentina. A cada lance e-mo-ci-o-nan-te o locutor soltava seu famoso jargão, em som alto e rouco: ‘pelas barbas do profeta’.
Até aí tudo bem, embora ali já fosse o começo da contagem regressiva para as 5h30, hora em que ‘acordaria’ para dar minha corridinha matinal no parque da cidade.
A certa altura meu colega de quarto desligou a TV e relaxei. Quero dizer, pensei em relaxar.
Aos poucos, o silêncio da noite foi sendo invadido por um som estranho, vindo não sei de onde. A princípio pensei que estivesse sonhando e que acordei imaginando ter sido aquilo um pesadelo. “Mas se já estou acordada, porque continuo a ouvir esse barulho”? Ô meu Deus... Ele está roncando de novo... E mais alto ainda. ‘Pelas barbas do profeta’.
Talvez meu sono fosse maior e talvez ele não estivesse tão relaxado, a sinfonia teve momentos de trégua no decorrer da noite e consegui dar minhas cochiladas.
Durante o dia fiquei imaginando o que fazer para não cair na armadilha do ronco na noite seguinte. Bolei uma estratégia. O plano consistia em tentar me cansar ao máximo possível para desmaiar quando chegasse ao quarto e, assim como nossa outra colega, não acordar nem mesmo com um terremoto.
Então marquei uma corrida no parque com dois amigos (‘pangarés’ amados) e saí para matar as saudades de locais que freqüentava quando morava no planalto central. Ao retornar ao hotel meu colega já dormia, melhor, já roncava. ‘Putz! Me dei mal. Já sei, vou assistir TV até capotar’.
Outro engano! O sono havia chegado e quanto mais cansada ficava, mais aquele som ecoava em meus tímpanos. Numa mistura de irritação e desespero, começava a invejar o sono de pedra da ‘bunita’ que dormia na cama ao lado.
‘Vou acordá-lo. Mas não adianta, essa porcaria de ronco é uma doença. Só vou deixá-lo constrangido e ficarão os dois acordados’ (Mulheres Boazinhas Não Enriquecem, já dizia o título de um livro. Mas no meu caso, elas também não dormem).
Então, às 3h da manhã ligo para recepção do hotel, mas descubro que não havia nenhum quarto disponível. Já estava no limite de um ataque de nervos, e olha que nem estava na TPM.
Em meio aquele pesadelo fiquei imaginando como seria a quarta noite juntos e me desesperava ainda mais. As horas passaram lentamente até o momento de saltar da cama.
Junto ao ‘bom dia’ costumeiro veio a pergunta: dormiu bem? Poderia parecer irônico, mas ele era sincero. Claro que tive de dizer da minha noite em claro. Estava prestando um serviço de utilidade à sua esposa, afinal, santo de casa não faz mesmo milagres. Mas essas são daquelas coisas que só acredita quem vê, neste caso, quem ouve. Depois, não fosse minha cara de trapo e as olheiras, poderia ser exagero da minha parte. Como saber, se um roncava, outra hibernava e apenas eu de testemunha?
Como foi a quarta noite? Bem, antes de entregar os pontos, tentei de todas as formas remarcar meu vôo para aquele dia mesmo. Afinal, se fosse para passar a madrugada acordada, que fosse voando para casa.
É claro que, entre amigos, o episódio se tornou motivo de muita piada. A amizade continua a mesma com as conclusões de que 1) nunca mais iremos dividir o mesmo quarto e 2) ronco tornou-se quesito eliminatório no meu ‘processo seletivo’.
E, sem vôo disponível para aquela noite, o jeito foi seguir o conselho da ministra ‘relaxar... ’. Só relaxei!
Tudo muito comum não fosse a infeliz idéia de dividir o quarto de hotel com um casal de colegas que também estaria no planalto central naqueles dias. ‘Nada de mais’, pensei comigo - levando em consideração apenas o fato serem amigos de longa data e que não me causariam nenhum tipo de constrangimento.
O fato de não serem do tipo que adoram uma noitada e não saírem à ‘caça’ só porque estão fora de casa pesou a favor. Depois, a divisão de quarto não seria por toda semana, apenas quatro dos sete dias que ficaria na cidade, o que me deixaria à vontade para acordar cedinho ou assistir filme até de madrugada. ‘Será ótimo! Não terei nem tempo para sentir saudades de casa’. Quanto engano!
Da querida dupla dinâmica, um deles – ele - foi meu pesadelo. Se fossemos um casal, essa viagem teria sido o início de uma crise conjugal. Embora todos os pontos positivos da personalidade do meu amigo e mais embora ainda a admiração que tenho por ele, descobri um fator incontestavelmente inaceitável: seu ronco. O abominável ronco.
Logo na primeira noite fui acordada por um barulho estranho, ainda que não muito alto. Era o ronco. Pois é... Quem vê cara, não vê coração... E bem menos o sistema respiratório. Como poderia imaginar?!
Mas, a noite passou sem tantos transtornos e não me incomodei com fato, que julguei perfeitamente administrável por mais três noites. Mal sabia eu que, na verdade, aquele era apenas um aperitivo do que estava por vir.
Foi na segunda noite que o bicho começou a pegar. Descobri que não é apenas a sensação de fome que me deixa irritada, não conseguir dormir também é algo problemático. Não que seja daquelas pessoas que precisam de silêncio absoluto, mas há barulhos e ‘barulhos’. Na época de residência universitária estava acostumada a dormir ouvindo batucada de samba, conversa fiada, televisão e todos os tipos de sons possíveis e imaginários. Mas, o tempo vai passando, as mordomias da vida de solteira aumentando e as manias também.
Nesse dia, não era nem batucada, nem ‘convesaiada’, o que embalava meu sono era a narração do jogo México X Argentina. A cada lance e-mo-ci-o-nan-te o locutor soltava seu famoso jargão, em som alto e rouco: ‘pelas barbas do profeta’.
Até aí tudo bem, embora ali já fosse o começo da contagem regressiva para as 5h30, hora em que ‘acordaria’ para dar minha corridinha matinal no parque da cidade.
A certa altura meu colega de quarto desligou a TV e relaxei. Quero dizer, pensei em relaxar.
Aos poucos, o silêncio da noite foi sendo invadido por um som estranho, vindo não sei de onde. A princípio pensei que estivesse sonhando e que acordei imaginando ter sido aquilo um pesadelo. “Mas se já estou acordada, porque continuo a ouvir esse barulho”? Ô meu Deus... Ele está roncando de novo... E mais alto ainda. ‘Pelas barbas do profeta’.
Talvez meu sono fosse maior e talvez ele não estivesse tão relaxado, a sinfonia teve momentos de trégua no decorrer da noite e consegui dar minhas cochiladas.
Durante o dia fiquei imaginando o que fazer para não cair na armadilha do ronco na noite seguinte. Bolei uma estratégia. O plano consistia em tentar me cansar ao máximo possível para desmaiar quando chegasse ao quarto e, assim como nossa outra colega, não acordar nem mesmo com um terremoto.
Então marquei uma corrida no parque com dois amigos (‘pangarés’ amados) e saí para matar as saudades de locais que freqüentava quando morava no planalto central. Ao retornar ao hotel meu colega já dormia, melhor, já roncava. ‘Putz! Me dei mal. Já sei, vou assistir TV até capotar’.
Outro engano! O sono havia chegado e quanto mais cansada ficava, mais aquele som ecoava em meus tímpanos. Numa mistura de irritação e desespero, começava a invejar o sono de pedra da ‘bunita’ que dormia na cama ao lado.
‘Vou acordá-lo. Mas não adianta, essa porcaria de ronco é uma doença. Só vou deixá-lo constrangido e ficarão os dois acordados’ (Mulheres Boazinhas Não Enriquecem, já dizia o título de um livro. Mas no meu caso, elas também não dormem).
Então, às 3h da manhã ligo para recepção do hotel, mas descubro que não havia nenhum quarto disponível. Já estava no limite de um ataque de nervos, e olha que nem estava na TPM.
Em meio aquele pesadelo fiquei imaginando como seria a quarta noite juntos e me desesperava ainda mais. As horas passaram lentamente até o momento de saltar da cama.
Junto ao ‘bom dia’ costumeiro veio a pergunta: dormiu bem? Poderia parecer irônico, mas ele era sincero. Claro que tive de dizer da minha noite em claro. Estava prestando um serviço de utilidade à sua esposa, afinal, santo de casa não faz mesmo milagres. Mas essas são daquelas coisas que só acredita quem vê, neste caso, quem ouve. Depois, não fosse minha cara de trapo e as olheiras, poderia ser exagero da minha parte. Como saber, se um roncava, outra hibernava e apenas eu de testemunha?
Como foi a quarta noite? Bem, antes de entregar os pontos, tentei de todas as formas remarcar meu vôo para aquele dia mesmo. Afinal, se fosse para passar a madrugada acordada, que fosse voando para casa.
É claro que, entre amigos, o episódio se tornou motivo de muita piada. A amizade continua a mesma com as conclusões de que 1) nunca mais iremos dividir o mesmo quarto e 2) ronco tornou-se quesito eliminatório no meu ‘processo seletivo’.
E, sem vôo disponível para aquela noite, o jeito foi seguir o conselho da ministra ‘relaxar... ’. Só relaxei!
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