“A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente de perdê-las,
Que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia.
Aceite, austero, a chave perdida,
A hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente da viagem não feita.
Nada disso é sério. Perdi o relógio de mamãe.
Ah! E nem quero lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império que era meu,
Dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça muito sério.”
Elizabeth Bishop
domingo, 13 de agosto de 2006
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Perdas e ganhos, assim vivemos... Beijão
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